Eu quero ter um milhão de amigos...

Aproveitando as férias escolares, fomos passar uma semana na praia da Barra do Itapemirim - ES. Estavam em nossa companhia o Dito, meu cunhado, sua esposa Sônia, a filhinha Juliana e Sara, menina-moça, irmã de Sônia.

Cidade sossegada, povo tranqüilo e muito sol (que bom!). E era rotineira nossa programação: de manhã praia e, depois do banho, aquele almoço gostoso – comida caseira - no restaurante do Celsinho. À tarde, a soneca não podia faltar e, à noite, íamos com as crianças para a praça central da cidade, onde a meninada tinha o direito de escolher os sabores para as duas bolas de sorvete.

O Cássio, com seus quatro aninhos, assim que acabava de tomar o sorvete, subia na tampa da caixa do registro d’água, que havia no centro da pracinha, e cantava, soltando a voz no último volume e sem o menor acanhamento, a música do Roberto Carlos: “Eu quero ter um milhão de amigos!...”

Certa vez, nosso dia foi diferente. Era domingo e fomos comer uma peixada no Restaurante “Meu Barquinho”, que também ficava na Praça. Todos saboreavam a comida menos o Cássio que sempre detestou peixe. E não tendo o que fazer, ficou brincando ali por perto, ora debaixo da mesa, ora correndo no restaurante. De repente, demos falta dele. Olhamos ao redor e não o encontramos. Procuramos na praça e nada. Aí, então, acabou nosso almoço. Fomos até à praia, rodamos a cidade e nenhuma pista dele. E foi aquele sofrimento.

De repente, vejo uma senhora que segurava a mão de uma criança, e que acabara de virar a esquina de uma rua bem distante. Foi questão de segundos, mas mãe conhece seu filho, estando de frente, de costas, longe, perto, de todo jeito. De carro, chegamos rapidinho e bem a tempo. A boa senhora, vendo aquele menino perdido, deu-lhe a mão e ia levando-o para um estádio, onde ela pensou estar o pai dele, assistindo ao futebol. E aí seria bem mais demorado para encontrá-lo. Graças a Deus! Depois de crescido, ele contou que seguira um cachorrinho e depois não soube achar o caminho de volta.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 11/03/2006
Reeditado em 16/09/2006
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