Habemus Papam

Definitivamente a Santa Sé não acerta uma e lá vai de dar continuação do que foi o papado de João Paulo II, que, ao contrário do que muitos julgam, não teve nada de inovador, a não ser que era uma pessoa extremamente comunicativa e por isso e só por isso o tive em certa estima. Eis senão quando anunciam que o novo Papa, Bento XVI, vem da cúria (aliás ele é toda a cúria e o centurião também), do até então Papa, João Paulo II. Era sem mais delongas o seu braço direito que assumiria a partir de agora o auto-de-fé, da igreja romana e de todo o mundo católico, um teólogo aposentado que pôs de lado o aprendizado, trazido da sua terra natal, Munique, Alemanha, para vir para Roma pondo em prática todo um sectarismo de uma doutrina exclusivista e preconceituosa, como é sobejamente conhecido pelas mulheres, que ele excomungou do plebiscito, ou o povo em geral, de que ele tanto sente pavor, habituado que está a ser a voz por detrás da cortina, a mão de ferro que tudo dita e que tudo pode. Mas espantem-se agora os que nele acreditam, pois este Papa, que devia ser um homem de Deus, aquele que iria guiar o seu rebanho, sem fazer destrinças, entre uns e outros, tem a firme intenção de dividir ainda mais a igreja católica, deixando já, à maneira de sobreaviso, o recado de que esta tem de se congregar mais ao Estado Europeu, ficando de fora desde logo reformadores e moderadores, que ansiavam por uma igreja com outra predominância Africana, a qual até agora tem sido ignorada consecutivamente, pelo estado do Vaticano, afinal das contas é onde ela teria de estar, pois se é lá que se sente mais a sua falta, a fome prolifera assustadoramente, a morte infantil é uma vergonha para todos nós, a sida e a falta de informação só se pode estabelecer comparação com o muito esforço das muitas instituições, quase todas elas de voluntários, que assim dedicam um pouco de suas vidas para tentar salvar a vida de seus semelhantes. Mas eu pergunto, em que raio estavam estes 115 cardeais a pensar, quando votaram Ratzinger, um homem de 78 anos de idade, para Papa?

Claro está isto se a igreja católica e toda a cúria pensasse no homem, o que não é nem nunca foi o caso.

Jorge Humberto

19/04/05

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 19/04/2005
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