Dormindo com o Inimigo!

Padre Evaldo(*) pediu ao Bispo que o transferisse para uma cidade pequena, pois já mais velho estava sem pique para uma paróquia tão grande. E lá foram eles, o padre e a auxiliar do lar, para Ar Lindo(*). Teve muito trabalho lá também,porque era uma só paróquia com a incumbência de dar assistência a muitas capelas daquela região. Ficou alguns anos nessa cidade até que pediu seu retorno para Divina Polis(*). Aqui ficaria mais fácil para ele cuidar da saúde. E como sempre também trabalha sem descanso.

Quando morava em Ar Lindo, uma bela tarde, apareceu um padre novo, com seus trinta e poucos anos, na casa paroquial e pediu ao padre Evaldo se podia permanecer ali até o dia seguinte, pois estava vindo de Goiás e ia fazer um tratamento no Hospital São Judas em Divina Polis. Tinha uma consulta marcada para a manhã do próximo dia. Ficou com o padre naquela tarde, indo à noite para a Igreja, concelebrou a missa, fez a homilia, assistiu à reunião de uma das pastorais. Só não sei se atendeu confissão. No dia seguinte, cedinho, foram os três para a Igreja e novamente repetiu o cerimonial. Já na casa paroquial foi com a Heloisa(*) para a cozinha e ajudou arrumar a mesa para o café da manhã, fez a laranjada (tendo o cuidado de colocar um sonífero dentro do jarro). E muito solícito, tomando o café, serviu a laranjada para o padre e para a Heloisa. Foi depois para o quarto até que “viu” que os dois haviam caído num sono profundo. Fez então a festa ( nem tanto porque o padre nunca foi de muitas posses) pegando talão de cheque e o dinheiro que encontrou. Foi para a rua e pegou a carona, que o Padre já havia providenciado de véspera para Divina Polis. Veio todo piedoso com o terço na mão, conforme relato do motorista.

No outro dia, veio Padre Evaldo ao Banco para sustar os cheques e ainda assustado por ter dormido com um ladrão!

(*) nomes fictícios

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 07/03/2006
Reeditado em 07/03/2006
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