Um presente sui generis
Entre os presentes que ganhamos pelo casamento, um era sui generis: um pinico branco, de bom tamanho, esmaltado.
Teve uma longa vida profissional, servindo-nos com fidelidade até seus últimos dias! Mas antes dessa trajetória, ele teve seu dia de glória.
Um dia, veio nos visitar meu primo Vicente Corrêa, o autor desse mimo de presente. Depois de uma boa prosa, chegou a hora do lanche, preparado com carinho para essa visita tão cordial. Travessas de louça com biscoitos, bolachas e bolos foram colocadas na mesa, deixando o centro livre, para um pinico cheio de leite!
Muito branquinho, ele reluzia em cima do forro bordado, em ponto de cruz!
Mas cadê a coragem do primo de servir-se daquele leite? Quem lhe garantia a virgindade do pinico e que tudo aquilo não passava de uma brincadeira?