Miau... Miau...

Maria Augusta, Nina para os íntimos, não consegue dormir, sem antes, fazer uma boa leitura, organizar a agenda para o dia seguinte e colocar em dia a correspondência. A noite é pequena para tantas tarefas, mas tem a vantagem de trazer em seu bojo o silêncio que favorece a concentração. E Maria Augusta lê e escreve, escreve e lê...

Certa vez, incomodada com um triste miado de gato, cadê que o serviço rendia? O jeito foi olhar pela janela, igual fez um dia a Bonequinha Preta, e nada de ver o gatinho. Só ouvia os miados. Colocou um hobby e saiu à procura do bichano. Na ocasião, ela estava construindo um “puxado” na casa e os buracos para as colunas já estavam prontos. E não é que o pilustrica fora cair mesmo num dos buracos? Maria Augusta ouviu bem. Ela sabia em qual buraco ele caíra. Só que ela não conseguia tirá-lo Era bem fundo. A essas horas, quem poderia socorrê-la? Teria que agir rápido, pois no dia seguinte, cedinho, chegariam os pedreiros e jogariam o cimento em cima do gato.

Ela não pensou duas vezes. Ligou para o Corpo de Bombeiro:

- Urgente! É para salvar uma vida!

Em pouco tempo, uniformizados e com toda a aparelhagem necessária, lá estavam os homens do bem!

Foi quando ela indicou o buraco e logo eles já vieram com o pequeno gatinho são e salvo, para depositá-lo em suas mãos. Mas ela não era dona do pequeno. Ele vivia ali pelas ruas.

Maria Augusta agora podia escrever sem remorso. Só que antes sua curiosidade precisaria ser satisfeita:

- Alguma vez, vocês já salvaram gatos?

- Não senhora, é a primeira vez!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 03/03/2006
Reeditado em 04/03/2006
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