Uma Paineira

Escutei minha amiga Almerinda falando de seu desejo de ser uma paineira. Um simples desejo?

Espero que ela realmente consiga ser uma árvore tão majestosa que segue tranqüilamente as leis da natureza: de janeiro a maio, com a planta despida de sua folhagem, nos deslumbra com suas flores de coloração rósea a arroxeada. E de abril a outubro é a hora do fruto – aquela cápsula globosa, com numerosas sementes envoltas por pêlos brancos - a paina.

Durante o verão sua ampla copa, muito ramificada, é provida de densa folhagem. Sua madeira é leve e mole, de baixa densidade, quando jovem, e maior na fase adulta, de pouca durabilidade, fácil de trabalhar. Usada na fabricação de canoas e para caixotaria, com potencial para a produção de pasta celulósica. A paina serve para encher colchões, travesseiros e almofadas. Pela sua rusticidade e beleza de floração é muito utilizada para a ornamentação de parques e ruas.

Eu me extasio, quando em minha matinal caminhada, me aproximo da bucólica Avenida Contorno, onde há uma grande paineira, bem à beira de uma linha férrea. A paina sequinha, caindo devagar, recebe os raios solares como se fossem uma bênção e brilhando vai forrando todo o gramado, vai formando floquinhos nos jardins das casas vizinhas e forma um cenário de grande beleza! Dá a impressão de que é uma neve que cai: uma “neve tropical” que brota de grandes frutos, sob uma orquestra bem animada e afinada de dezenas de pássaros que ali fazem sua morada!

Quando por ali passar, meu cumprimento não vai faltar - e talvez até em voz alta vou dizer:

- Bom dia, linda Almerinda!

Para você, Almerinda, o meu carinho,

Fernanda

Div. 30/08/04

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 02/03/2006
Reeditado em 09/03/2006
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