Por trás dos nomes
Há os que não acreditam e até achem uma besteira tamanha, mas existem por aí inúmeros estudos tentando mostrar o que se esconde por trás dos nomes. Alguns deles, no âmbito das pesquisas acadêmicas, revelam que os brasileiros são vistos com curiosidade no exterior por causa da sua peculiaridade na escolha dos nomes de seus filhos.
Ficou constatado que nas camadas sociais mais baixas há uma necessidade de retomar nomes de amigos e parentes em função da necessidade de apadrinhamento. Neste sentido prevalece também entre os menos favorecidos a influência da mídia, principalmente através de personagens de novelas e de famosos da música e do esporte.
Por outro lado, os pertencentes a classes mais altas e com mais escolaridade costumam ser mais conservadores na escolha dos nomes de seus bebês ou dar mais valor ao nome pela sua sonoridade agradável. Ser mais rico e ter mais escolaridade também estão ligados à escolha dos nomes de inspiração religiosa, embora isso também possa ser percebido entre os mais humildes, principalmente os interioranos. Bem poucos – de ambas as classes – escolhem nomes a partir de uma pesquisa mais ampla de suas origens e significados.
Nossos nomes representam uma espécie de passaporte social, principalmente quando acrescidos de sobrenomes festejados por títulos ou fortunas. Muitos passam uma vida inteira massacrados pelo peso de carregá-los, mesmo pagando o preço de esconder as suas verdadeiras identidades.
Quando isso acontece, a finalidade essencial do nome, que é a de vestir a identidade, cai por terra. Algumas tribos indígenas norte-americanas costumavam mudar os nomes de seus integrantes a partir da mudança das fases de vida e, consequentemente, de suas funções dentro da comunidade. Desse modo era comum uma pessoa ter quatro ou cinco nomes durante a sua existência.
A Numerologia, de uma certa forma, trabalha com princípios semelhantes, embora com outros objetivos. Desconsiderada pelos cientistas como uma ciência, ela parte de números simbólicos para compreender as leis cósmicas que regem o universo (o macrocosmo) e os seres humanos (o microcosmo). Nesta ótica, a análise do nome permite perceber nossos potenciais e como eles funcionam na dinâmica da nossa personalidade.
No estudo da Numerologia o primeiro nome indica a sua maneira de sentir, pensar e agir no cotidiano. Já os sobrenomes do pai e da mãe revelam a herança familiar e mostram as características em comum obtidas a partir daí. Modificar nomes e sobrenomes (seja acrescentando e subtraindo letras ou escolhendo o que fica e o que sai na hora de assinar) pode ser uma espécie de renascimento em algum momento da vida. Mesmo que isso não tenha qualquer embasamento científico, funciona bem em termos psicológicos.
Meu nome de batismo – e que constam em todos os meus documentos – é José Roberto Duarte Moraes. Há exatamente uma década assino meus textos como “Roberto D´arte”, numa variação do meu “Duarte”, que teve seu “u” extraído por escolha numerológica.
Desde que decidi por tal mudança redirecionei minha vida para outros rumos (melhores, na minha ótica) e redescobri informações essenciais de um sobrenome (Duarte) que sempre esteve apagado a minha vida inteira (o Moraes é de ascendência materna e paterna). Sem mencionar que pude também reavaliar os motivos que levaram a minha mãe a começar com “José” e o porquê da maioria ter optado em abandonar tudo para me chamar apenas de Beto – que por capricho ou estilismo passou a ser grafado com dois “t”.
O que sei é que a força por trás do meu nome me trouxe uma pré-disposição ainda maior para a diversidade cultural e para lidar com os diferentes caminhos existenciais. Algo que desejo continuar aperfeiçoando ao longo da minha vida.