mas eu me mordia de ciúmes...
Ontem, revirando alguns pensamentos, fui “resgatando” tudo que perdi em exorbitantes vaciladas. Depois que a última ficha cai percebemos o ilógico. Que forma mais estúpida de amar. De querer bem. Represamos o sentimento numa redoma de fogo. Lentamente o diamante vai se esvaindo. É inevitável. A ruptura é implacável. Vamos tentando entender o que aconteceu. Vamos tentando buscar uma explicação. E a explicação vai expirando junto com o sentimento. E de uma possível amizade... Apenas a impossibilidade de não mais ver-se. O domínio costuma não ser fugaz. É sempre o último a acabar. Sempre dura mais que a esperança. Enquanto o amor – se este havia realmente – morre na casca. O que vinga é outra coisa. Sufocante. Um gás que busca ser letal. Por sorte não tem tanto poder. Daí o que entra em jogo é o ser de cada um. Alguns agüentam calados. Outros temem coisas piores. Outros abraçam a pedra e saltam rio abaixo. Por sorte elas viram o mal que eu causava. Por sorte eram mulheres realmente. De modo algum foram passivas. Hoje só tenho a agradecê-las.
“Não ser machista e não bancar o possessivo, ser mais seguro e não ser tão impulsivo”, um espelho perfeito. Uns bons anos de minha vida se resumiram a isso. É duro afirmar que estivemos errados. É duro olhar no espelho e ver sua própria mão se lastimando. É cruel olhar no fundo dos olhos e ver plantada uma placa: Por favor, desvie!
Quando há amor, não há espaço pro ciúme. Quando há água, não há espaço para o risco de poluentes. O tempo sempre é corrosivo. De um ciúme bobo, talvez até um resquício de uma infância com falta de compartilhar as coisas, desenvolvemos uma chaga. O ciúme é a úlcera no amor. Só tende a sangrar. Não há outra função. E todo sangrar é passível de um enfraquecer. Uma árvore lastimada corre o risco de secar. Infelizmente ou felizmente o amor não é imortal. O ciúme sabe muito bem com que cartas joga. Feche seu lugar na mesa. É ele ou você.