Pão de Queijo Queimadinho

O Lúcio, meu segundo filho, sempre foi bom “de garfo”. Por vários anos,quando estudava em Belo Horizonte, comera no bandejão e, quando aqui chegava, esbaldava-se, e achava tudo muito bom. Quantas vezes a comida não passava do arroz com feijão e mistura, mas ele “comia e repetia”!

Um dia, ele quis aprender a fazer alguma coisa. Aproveitou suas férias e tomou conhecimento das artes da cozinha. Além do trivial, começou a fazer também bolo e pão de queijo que ele amava.

Certa vez, convidou sua professora de Francês e mais algumas amigas, para jogar buraco em sua casa. Ele preparou a massa, para assar na hora, o pãozinho de queijo e esnobar seus dotes culinários. Lá pelas tantas, ele colocou os pães no forno e entreteu-se com as cartas. Quando lembrou-se correu à cozinha, mas eles já estavam com a casca bem escura e ele não tinha mais nada para oferecer às visitas. Chamou uma de suas amigas para ajudá-lo a resolver aquele impasse. Depois de muito pensar, decidiram descascar cada pãozinho, e por cima colocaram uma porção de maionese com um pedacinho de tomate. Arrumaram bonitinho numa bandeja e até escolheram um nome francês para o quitute: petit nutritis.

Levaram para a sala e serviram com guaraná. É claro que contaram para a professora o nome do quitute. E ela exclamou (para o martírio do Lúcio que quase morreu de esforço para não estourar em riso!):

- E eu jurava que não passava de pão de queijo queimadinho!

P.S.: Dedico esta crônica à grande Lilipoeta.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 11/02/2006
Reeditado em 04/03/2006
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