e se vive sem sucesso?
Que me perdoe Tim Maia, mas acredito que mudando uma palavrinha num de seus grandes sucessos - surgido no final dos anos 70 (1978) - estaríamos mais de acordo com o século XXI. “Ora bolas, não me amole... O que eu quero é” SUCESSO. Não que Raul já não tivesse pensado nisso 2 anos antes: “Mas é que se agora pra fazer sucesso... Eu fui o primeiro... Mas se todos gostam eu vou voltar...”. E para fechar essa eufórica citação musical, com vocês Plebe Rude: “Já sei o que vou fazer pra ganhar muita grana, vou mudar meu nome para Herbet Vianna”. Inclusive, recomendo que vejam essa letra na íntegra. Representa muito essa realidade aqui questionada. Pois, parafraseando Philippe Seabra, no álbum Enquanto a trégua não vem: "essa música parece que não envelhece".
Quero voltar agora ao título dessa crônica (i)moral: E se vive sem sucesso? Se perguntar para a (arga)massa de desempregados que representa quase a maioria em nosso país, talvez não. Por que talvez? Bom, Paulo Zulu, ex-pescador, agora modelo de renome. Sheila Carvalho, de caixa a musa do Tchan. Mulher Melancia, de dançarina de Axé à capa de revista masculina. E tantos outros anônimos que viraram sinônimos. Sinônimos de sucesso. A galinha dos ovos de ouro da vez.
Nessa busca desenfreada pelo sucesso, como viver sem pensar nele? Talvez desligando a televisão, desviando os olhos das revistas nas bancas, tapando os ouvidos para as banalidades. E vendo o sucesso que a vida REAL proporciona a você.
Chegamos à seguinte conclusão: não se vive sem sucesso. Sem ao menos buscá-lo. É isso que nos mantêm vivos. Mas sucesso é uma palavra plural. Popular também. Popular por ser pop. Popular por ser possível a qualquer um. Depende de você, unicamente. Se você quer ser reconhecida como a Dona Jura dos excelentes salgados e ter o seu sucesso pessoal com isso, ou como a ex-salgadeira e hoje... Bom, sei lá o que vai fazer sucesso amanhã.