Amor Digital
Perdemos a noção do falar, dialogar, olhos nos olhos, encontros ocasionais e admiração nos valores impares da alma e do querer, em troca de uma reta sem cor e vida, para no fim, querer algo que não sabemos como e onde, não termos mais satisfação e encanto, vivermos em constante dúvida e vazio. A presença foi substituida pelo e-mail, celular... junto com isso, se perdeu a confiança no próximo. O amor agora é um sistema justo sem sonho e cores, se sabe onde e o que a outra parte está e faz. Não escrevemos cartas e colocamos com amor nos correios, apertamos enter e voltamos ao trabalho, como o cigarro após a transa fria. Robotizamos tudo e ainda procuramos sensações, o que é isso mesmo? Nossa poesia vem em saquinhos sortidos nas bancas de revista... o transplante não vem, a fila é grande, o coração que espera ainda bate, o que vem, não chega até aqui, está ligado ao estabilizador.