Cap. XXV - O Alongamento

- Malu declamou dois belos poemas de sua autoria "Ser Pássaro" e “Giestas” . Este se encontra no youtube com o endereço http://www.youtube.com/watch?v=P7cn4AcAoR0

- Célia Fonseca leu uma pertinente frase de Tselliot: "“Recomendo que devemos procurar uma forma na qual todas as coisas a serem ditas possam sê-las através de versos.” adaptando-a ao nosso gostoso sarau.

Enquanto os participantes encantavam-se com as poesias e canções, eu sai de fininho e fui aprontar-me para apresentar o meu número.

Quando estava pronta, o Mestre de Cerimônia fez um convite:

“Peço a todos que fiquem um pouco de pé para fazer um alongamento. É bom para a coluna, é bom para a postura. Vou trazer alguém para facilitar e coordenar o exercício e vocês vão acompanhar os movimentos que são muito fáceis:

FERNANDA!”

Tchan...tchan...tchan...tchan... ( era a minha surpresinha para a Malu)

E com o fundo musical

“Numa casa Portuguesa fica bem

pão e vinho sobre a mesa

Mas se à porta humildemente bate alguém

senta-se à mesa com a gente...”

entro no salão, seguida de um palhaço.

Fui fazendo alongamentos, querendo que as pessoas me acompanhassem, mas percebi que elas não estavam muito afim. Talvez porque se distraíram com as palhaçadas que o moleque fazia, tentando me imitar!

Eu o empurrava e ele voltava, eu o chutava e ele voltava. Resolvi fazer as pazes e até brincamos de balancinha.

Como a turma não me acompanhou, fiz algumas estripulias como alongar minhas pernas até à cabeça, beijar meus joelhos e pés, colocar os pés atrás da cabeça e outros exercícios feitos pelos monges tibetanos. Por fim, levantei-me do chão e fiz um último alongamento, retirando-me. Como o palhaço ficou ainda fazendo suas gracinhas, voltei para buscá-lo e fiz meus agradecimentos pelas palmas.

A Aparecida Nogueira veio me abraçar e disse que tinha uma colega de circo e não sabia.

Aproveitei-me para falar sobre o palhacinho:

“Ronaldo Júnior, 17 anos, iniciou sua carreira artística aos sete anos, acompanhando seu pai que era palhaço de Parque e de Circo. Hoje faz parte da Cooperativa de Teatro de Divinópolis. Seu pai faleceu e ele se veste, às vezes, de palhaço, esperando que seu pai fique feliz onde está, vendo seu filho seguir-lhes os passos.”

Agradecemos as palmas e nos retiramos para trocarmos de roupa . Voltamos e o Sarau prosseguiu em sua segunda parte que foi a hora dos comes e bebes.

Todos se sentiram à vontade para servir-se do delicioso caldo verde feito por minha nora Ana Carolina, de queijo, de pão ciabata e de vinhos, escolhidos sob a orientação de Miguel e Malu. Tinha também outras opções como cerveja e refrigerantes. Cada um serviu-se a seu gosto.

A doçura do sarau não estava somente nas belas poesias declamadas. Havia também bombons caseiros, feitos com leite condensado, côco e recheado com ameixa preta.

Fiquei muito feliz com a realização desse Sarau. Muitos vieram me agradecer e pediram que outros acontecessem. E a promessa ficou feita e sacramentada!

(continua)

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 11/07/2008
Reeditado em 15/07/2008
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