Cap. VII - Congonhas

Como no inverno, os dias são mais curtos, estava já escuro quando chegamos à cidade de Congonhas do Campo, que também pertence ao Circuito do Ouro, Circuito Estrada Real e Circuito Vilas e Fazendas de Minas.

Procuramos um Hotel para o banho e repouso e depois fomos fazer um lanche reforçado.

Deitamos mais cedo, nesse dia, porque teríamos uma boa jornada para vencer no dia seguinte. Dormimos pouco. Era grande o barulho dos carros bem debaixo de nossa janela.

No outro dia, cedo ainda, fiz uma pequena serenata para a Malu, mas ela estava tomando banho e nada ouviu.

Mas eu também cantei baixinho para não incomodar os outros hóspedes:

"Eu fui no tororó

Beber água e não achei

Achei foi a Malu

Que no tororó deixei.

Oh, Malu, oh, Maluzinha

Entre nesta roda e dançará sozinha!"

Seguimos para o refeitório e saboreamos o café com leite, sucos, pão de sal e de doce, bolo, pão de queijo, queijo, presunto...

Em seguida, fomos em direção à parte histórica da cidade.

“Quem visita Congonhas pela primeira vez, se encanta com a riqueza do período barroco e do estilo rococó deixado por diversos artistas como Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como mestre Aleijadinho e de pintores como Manuel Athaíde.

Congonhas possui uma história muito rica. Diversas personalidades já passaram pela cidade e estão registradas em galeria, no Museu da Imagem e Memória de Congonhas.”

Subimos as ladeiras para chegar no alto da Praça da Basílica, onde encontra-se o Santuário de Bom Jesus do Matozinhos, uma obra inspirada em dois santuários portugueses. Mas a versão brasileira conta com uma das obras mestras de Aleijadinho que são os doze profetas esculpidos em pedra sabão e as seis capelas com os Passos da Paixão. O conjunto artístico está disposto harmoniosamente no adro do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos e confirma a genialidade do artista.

Embora o adro já estivesse pronto desde 1777, os profetas, esculpidos muitos anos depois, se integram perfeitamente ao seu suporte arquitetônico, constituindo um conjunto de enorme força expressiva.

Todos os personagens trazem cartelas com inscrições latinas transcritas da Bíblia ou que representem uma síntese de várias passagens relacionadas a cada profeta - Isaías, Jeremias, Baruch, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Habacuc, Jonas e Naum.

Localizadas abaixo da Igreja Basílica, encontram-se as seis capelas com imagens que relatam a Via Sacra de Jesus Cristo.

Nelas estão contidas 66 figuras esculpidas em cedro por Aleijadinho e seus ajudantes entre 1º de agosto de 1796 e 31 de dezembro de 1799.

Aí do alto, também outras igrejas antigas e de destaque são avistadas como a Matriz de São José, Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora da Ajuda e Nossa Senhora da Soledade.

A tradição religiosa do município é ainda mais forte entre os dias sete e catorze de setembro, quando ocorrem as festas do Jubileu do Senhor Bom Jesus.

Recentemente, o Ministro da Cultura Gilberto Gil, aprovou a construção do primeiro museu moderno com dependências subterrâneas de Minas Gerais. O Museu de Congonhas deverá abrigar os 12 profetas de Aleijadinho. No adro da Basílica serão colocadas réplicas das esculturas.

Na próxima etapa, deixarei algumas anotações sobre o Mestre Aleijadinho.

(Vejam a Malu no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=P7cn4AcAoR0)

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 28/06/2008
Reeditado em 28/06/2008
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