Sobre a Zélia

No dia 13-03-90 o jornal O Popular, seção Cartas do Leitor, publicou um texto de minha autoria intitulado Por que Zélia? Neste texto eu fiz uma crítica ao Presidente da República recém-eleito pela nomeação da economista Zélia Cardoso de Mello para o Ministério da Fazenda. Pelas respostas a seguir, fui mal interpretado.

Na verdade, eu só quis expressar a minha opinião de insatisfação, direito meu conforme o artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, e não tive a intenção de ferir a imagem nem a moral de ninguém. A palavra solteirona eu a usei no sentido figurado, não ao seu estado civil, mas uma comparação a alguém que vive sem compromisso. Disse ainda que na área da economia os homens levam vantagem por serem mais políticos e truculentos. E que no momento, ela não era a pessoa certa para assumir o cargo.

Sei que os Ministros são cargos de confiança do Presidente, que só a ele cabe a nomeação. Mas eu como não sou filiado a nenhum partido político, posso criticar qualquer partido ou político, e até mesmo o Presidente. Tenho o direito de votar em quem eu quiser. Não pertenço ao partido situação, nem sou oposição. Democracia é a divisão de poderes entre o povo, partido e governo, pela igualdade das pessoas, sem distinção de qualquer natureza perante a Lei Maior. Assim como temos o direito de votarmos, também temos o direito de criticarmos. Embora não exercemos poder, somos nós eleitores que elegemos os nossos governantes.

Apesar da crítica, não vou fazer oposição ao novo Presidente nem à própria ministra Zélia. Pelo contrário, vou torcer para que façam um bom governo. Pois, sou brasileiro, e torço para o meu país.

Rio Verde, ano de 1990

(Do meu livro Nova Oportunidade, artigos e crônicas, pág 31/136, editora Contato Comunicação e UBE edições consorciadas, Goiânia, 2024)

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 01/04/2025
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