Êxodo rural e marginalidade II

Cansado da vida rudimentar e carente o homem do campo, sem terra ou sem recursos para dela adquirir o seu sustento parte para a cidade em busca dos sonhos de uma vida melhor. Pois no campo falta lhe quase tudo, como assistência médica hospitalar, escolas etc. Pois no campo fica a depender da cidade com os custos da distância.

Os governos federal, estaduais e municipais têm amenizado essa situação com escolas rurais deficientes e limitadas, e com aposentadorias não condizentes com a realidade, de um salário mínimo. O que é muito pouco para se evitar o Êxodo Rural, que vem aumentando a cada dia. Que ao invés de ser um problema passa a ser dois, com a perda da produção agropecuária e o subemprego nas cidades.

No campo faltam financiamentos para a aquisição de materiais para a preparação do solo e de plantio, como sementes, adubos, máquinas agrícolas, etc., que muitas das vezes não compensam o custo da produção. Se houvessem subsídios e fomentos para esse pequeno agricultor, a questão seria resolvida. E o país teria mais alimentos para sua população, e ainda poderia exportar com retornos de lucros, que decerto aumentaria outras safras.

É preciso que haja uma política governamental voltada para o homem do campo, com projetos rurais, inclusive o de levar até este o conforto da energia elétrica, o que evitaria a sua fuga para a cidade, onde só vai aumentar a crise social, pois sem instrução e sem uma profissão vai ficar desempregado e viver do subemprego.

A verdade é que o país não oferece colocação para todos morarem nas cidades, pois ainda somos um pais com tendência agrícola, apesar do desenvolvimento industrial, que é concentrado em determinadas regiões, o que causa uma má distribuição de renda per capta, e aumento da classe baixa.

O certo é que as famílias pobres irão se alojar nas periferias das cidades e viverem à margem da sociedade, e seus filhos irão para as ruas conviverem com a marginalidade e tornarão adultos sem escolaridade, sem uma religião, sem uma profissão, e de tudo mais que engradece o ser humano. E serão dependentes do Estado, de cestas básicas, senão forem presos.

Rio Verde, ano de 1990

(Do meu livro Nova Oportunidade, crônicas, editora Contato Comunicação e UBE, Edicões Consorciadas, Goiânia, 2024)

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 26/03/2025
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