Presença de Espírito

O que podemos traduzir como Presença de Espírito?

Para mim é conhecimento internalizado!

Que nos faz agir com inteligência, sabedoria,

em certos momentos de necessidade, sem

cogitar antes como resolver: apenas resolver!

Chegamos em Rondônia em 10 de fevereiro de 1984. Foi uma viagem cheia de emoções, aventura, prazer... Não havia motivos para reclamar, já que eu e meu irmão, dois dos cinco filhos de meus pais, viajávamos junto com eles, numa caminhonete com carroceria, onde meu pai trazia nossa mudança, deixando um espaço próximo ao escapamento, no final da tampa, para eu e meu irmão nos revesarmos, para dormir um pouco e porque na carroceria só cabiam três e o nosso bassê Yochi, velho, gorducho, marrom dourado, deitar à frente dos pés do lado dos passageiros. o qual saia do carro todo contente, quando parávamos em algum posto na longa estrada, para abastecer e comer alguma coisa diferente, já que minha mãe fez frango com farofa, pães e bolos o suficiente para o longo tempo que iríamos ficar viajando.

Não tinha terminado o 2º grau, então continuei no curso nível médio de magistério, no 2º ano. Trabalhava de dia no Banco Bamerindus, que nem existe mais, e à noite ia à escola... No final do 3º ano de magistério em novembro, peguei férias no Banco e fui providenciar meu estágio, que fiz nesse mês. Acabei estafando, tendo que passar no psiquiatra para tomar remédio para controlar os surtos que eu tive nesse período, porque fiquei muito agitada e não conseguia dormir. Precisei de mais 15 dias de licença para me recuperar e voltar a trabalhar, e estudar... Consegui! Graças a Deus, meus pais, minha irmandade, a Igreja, onde eu ia para ouvir a Palavra de Deus, cantar os hinos, lindos e tocantes, e não perder a fé em minha recuperação, que sempre veio, sempre...

Trabalhei por dois anos no Banco e fiquei sabendo do primeiro concurso que teria no TJRO, no Estado. Consegui providenciar toda a documentação com muita dificuldade, porque tudo longe e tendo que andar à pé nos horários de almoço, já que soube muito perto de encerrar as inscrições. Consegui entregar os documentos exigidos, com fotocópia, na última hora, cinco da tarde daquele dia. Uffa!

Entrei no Banco em abril de 1984, com 21 anos. E no TJRO em maio de 1986, com 23. Tempos de muito trabalho, aprendizado, convivência em grupo. Tempos e tempos difíceis também. Foram 33 anos de trabalho junto ao TJRO, muita determinação, mente aberta ao novo aprendizado que tive que enfrentar, com dedicação exclusiva, mediada entre a casa, marido, faculdade de Letras na federal UNIR, filhas, coisas que foram acontecendo durante a jornada.

Quando estava trabalhando no Tribunal de Justiça, pude comprar uma bicicleta, já que meus pais nunca tiveram dinheiro para esses luxos, com cinco filhos para tratar, cuidar, suprir... E também com o que eu ganhava no Banco não dava, porque o salário era bom, mas só dava para comprar minhas roupas, calçados, produtos de cabelo e corpo, higiene, remédios para a bronquite asmática e alérgica, e ajudar meus pais... Mas quando fui trabalhar no Fórum, meu salário dobrou: então pude comprar uma bicicleta logo no primeiro salário, o que foi ótimo, já que minha casa era longe do prédio do Fórum, mais longe que ir ao banco, e para tudo nós tínhamos que andar à pé...

Poder comprar uma bicicleta foi uma realização muito importante para mim. Tinha aprendido na pré-adolescência, em São Paulo, com vizinhos que iam nas férias na chácara que tinha perto da nossa, e nos reuníamos com as crianças da região, e aprender a andar de bicicleta foi uma realização muito agradável, que trouxe muita alegria ao meu pequeno ser.

Quando passei a usar a bicicleta para ir trabalhar no TJ, havia uma subida longa, do Banco do Brasil até a Avenida frontal que me levava ao trabalho. Naquele dia eu estava preocupada, minha irmã mais velha dois anos que eu, sendo eu a segunda dos filhos, estava com problemas com um ex-namorado, que havia roubado dela um anel de ouro, e ela havia denunciado ele na delegacia, e tudo isso mexia muito comigo.

Subi a ladeira rápido, com pressa, tinha que chegar antes das sete para abrir a sala do juiz, porque era secretária, e deixar tudo pronto para o inícios das audiência do dia.

Ia rápido, pedalando a bicicleta em pé, sem me assentar ao banco, para ganhar impulso. De repente um dos pés escorregou do petal e a parte interna da perna arranhou na parte dentada que segura a corrente, e machucou, formando uma longa tira de arranhões salientes. Não parei, continuei a trajetória até chegar no Fórum guardar a bicicleta e ir à cozinha buscar socorro. Cheguei e até a zeladora, Dona Luzia: - Dona Luzia, pega um pano e álcool para mim! Ela providenciou. Encharguei o pano com álcool e botei sobre a feria, com força, sentindo a dor da ardência, até que ela terminasse. Então parei! Foi muito, muito eficiente. A ferida secou dali rapidamente, sem precisar de outro tratamento. Á noite o ferimento já estava cicatrizado. As cicatrizes foram sumindo aos poucos e talvez ainda reste um pouco delas, se olhar atentamente.

O que é presença de espírito? Como eu sabia que o álcool poderia resolver o problema? Onde estava esse conhecimento, senão dentro de mim, das muitas experiências e leituras que fiz durante toda a minha vida? "Buscai o conhecimento, a inteligência e faça da sabedoria sua parenta", nos diz o livro bíblico de Provérbios. A Bíblia inteira nos dá conhecimento, inteligência e sabedoria, em suas palavras. E ler, tudo o que vier nas mãos, pode ser um longo e prazeroso caminho para adquirir conhecimento e presença de espírito para resolver com inteligência e simplicidade os problemas que surgirem durante nossa vida.

Muito prazer pela caminhada, pela jornada, pelo aprendizado, pelos dias bons, alegres, felizes, e pelos dias de trabalho, difíceis, cheios de aventuras e provações, que modelam nossa mente, nosso ser, nosso caráter. E nos ajuda a ser pessoas melhores. Porque o ser humano é fruto do meio. E do meio em que vivemos podemos aprender coisas boas ou coisas ruins. Bons costumes e maus costumes. Crescimento ou desgraças... Mudar o meio, então, é nosso dever como cidadãos de bem. Trazendo boas escolas, boas comunidades cristãs. para a honestidade, a justiça, o perdão, o serviço ao próximo, sem egoísmos ou segundas intenções...

GRATIDÃO! GRATIDÃO! GRATIDÃO SENHOR DEUS EMANUEL, Deus conosco!

Por tudo o que vivi, o que tive que enfrentar, o que tive que lutar para vencer, e por cada vitóira, cada conquista, cada superação! Somente gratidão! E sentindo a energia da vida voltar a fluir em mim, me trazendo novas energias, boas vibrações e inspirações, com vontade de fazer coisas para mim, para minha família, nessa nova fase da minha vida, que não veio sem muitas dificuldades, problemas para resolver, e a necessidades em acreditar, ter fé, e orar, confiando na providência divina, na realização dos objetivos, na vitória... Deus é fiel! Só precisamos acreditar! Sem fé é impossível agradar a Deus. Também é impossível vencer as vicissitudes da vida...

BOM DIA!