A INCONSCIÊNCIA DA LIBERDADE FORJADA
Valéria A Gurgel
Prisioneiros massificados é o que mais se vê em nossa sociedade atual. Adestrados para não escapar!
E a melhor maneira para sequer arriscarem uma fuga é mantê-los inconscientes da situação em que vivem.
Como já nos alertava Fiódor Dostoievski!
Assim, jamais perceberão que estão em uma prisão.
Somos seres bastante inerciais, traduzindo, preguiçosos mesmo. Ora, pensar dá trabalho, gasta energia e muitos temem faltar essa energia para gastar com os prazeres mundanos!
Não é que não possamos desfrutar de "alguns prazeres", momentos únicos, como numa bela viagem dos sonhos, degustarmos de um banquete, nos presentear com uma peça nova para nosso guarda-roupas, reformar a nossa casa, ter um veículo novo. Mas, conscientes de que o amor pelo conforto não sobreponha o amor pelo crescimento moral, ético e espiritual, porque foi para isso que viemos!
Somos observados a todo momento. E mesmo se não somos capazes de perceber, saibamos que é sempre por nossas fraquezas, das nossas ambições e vaidades desregradas que nos tornamos presas fáceis dos lobos virtuais e físicos. Pegos de surpresa pelas armadilhas das falsas promessas de vidas fáceis, riquezas imediatistas, a lei do menor esforço!
Os oportunistas estão a espreita dos que se alimentam do pão de ló das ilusões, recheados por desonestidades de vários sabores, a escolha do freguês.
É fácil se livrar do medo, mas do desejo, é sempre mais custoso!
Por isso há sempre enganadores, porque sempre haverá quem permite ser enganado! Somos explorados por aquela fresta, ainda que minúscula, de nossas fraquezas, defeitos e ilusões É por aí que tudo de mal se adentra. A irresponsabilidade toma posse da índole, tudo começa parecer tão normal, ao ponto que essa tal liberdade de escolha, vira uma libertinagem perniciosa, às vezes caminho sem volta!
E seguem os prisioneiros inconscientes dos próprios vícios, de suas paixões doentias, arrastados para um abismo, ou para o próprio calabouço, mapeando um cenário maculado pelas sombras, em plena luz do dia, em meio à multidão.
Há quem use algemas douradas, acreditando ser pulseiras de alto valor comercial.
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