Copa do Mundo de 90

Já estamos no mês de janeiro de 1990. No dia 08 de junho tem início a Copa do Mundo de Futebol, fato marcante, principalmente aqui no Brasil onde vive um povo apaixonado pelo esporte.

A última vez que conseguimos trazer a taça de campeão foi em 1970. Lembro-me que tinha 10 anos de idade quando assistia de relance as partidas que eram jogos emocionantes, que deixaram boas lembranças.

Naquela época o torcedor era mais patriota e havia um hino, uma música, uma corrente para frente que envolvia até os mais indiferentes. Os jogadores eram como soldados que lutavam em defesa da Pátria, sem a ofuscação pela fama e pelo dinheiro, mas, pela sobrevivência em vencer a guerra ou o campeonato, e todos estavam unidos. Éramos um exemplo de garra e de talento que nos consagravam como o país da bola, com glória e esplendor.

Entramos em decadência, com a nossa maior paixão. Nosso futebol virou uma máquina de ganhar dinheiro, de ídolos de barros, de aproveitadores da fama. O futebol ficou centralizado nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde muitas das vezes se reuniam todos os jogadores da seleção. E em outros clubes de outros estados nenhuma convocação. Destarte o Brasil deixou de ganhar títulos que o consagraram como o país do futebol.

Internamente entramos em crise, com torcedores fugindo dos estádios, e os clubes passaram a vender os seus craques para os times do exterior, por não terem condições de sustentá-los financeiramente. E assim mudaram toda a caraterística do nosso futebol, que é o toque de bola e o drible.

O Brasil é visto como o país celeiro de craques do futebol, com o privilégio de termos um rei do futebol e sermos espetáculo para o mundo com o futebol arte. Só que ultimamente temos levado a pior com nossos clubes e seleção nos torneios internacionais.

Mas, demos o troco ao conquistarmos a Copa América de 1989. Que esse espírito de revanche, de garra, que vai além da técnica seja revelado para o mundo do futebol, para que possamos conquistar a Copa de 90.

Goiânia, 07 de janeiro de 1990

(Do meu 32 livro Nova Oportunidade, pág 26/136, editora Contato Comunicação/UBE, edições consorciadas, Goiânia, Goiás, 2024)