Coração partido!
Infelizmente, nesses últimos dias, dois acontecimentos quebraram o meu coração.
Apesar da guerra declarada aos pombos, em momento algum pensei em matar algum deles, infelizmente, um acidente aconteceu. A minha birra com esses pássaros é porque o local onde eles começam a conviver fica uma grande baderna. Além da quantidade de fezes que eles espalham, trazem piolhos e até mesmo doenças. Não podemos esquecer de falar do arrulhar dos pombos que enche a paciência de qualquer sujeito. Sem falar que a presença deles na quitinete superior incomoda os inquilinos.
Na quarta-feira, na parte da tarde, liguei a bomba para encher as quitinetes. Aqui desativei o uso das boias, uso o ladrão. Quando a caixa enche o ladrão começa a vazar. Estou tranquilo esperando o vazamento do mesmo. Só que ao invés dele vazar, quem vazou foi o cano de drenagem do piso. Imaginei que algum problema aconteceu, pois o piso deveria estar seco. Ao chegar na parte superior, observei que todo o piso, inclusive na quitinete, estava inundado de água. Verifiquei que o cano estava solto, ocasionando toda essa bagunça. Com certeza, ao pendurarem nos canos, os pombos o tiraram do lugar.
No outro dia, quando cheguei de Teixeira, vi que os bonitões estavam todos lá em cima. Então fui lá, colocar eles para correrem. Tamanha foi a minha surpresa ao deparar com um filhote de pombo; meio pelado, meio com penas. Uma interrogação surgiu em minha mente. Como aquele filhote foi parar na quitinete? Se o forro foi todo fechado, sendo que até as pequenas gretas fechei com argamassa. E mais curioso fiquei, porque nesse intervalo de tempo, exerci uma marcação cerrada contra eles, destruindo quatro ovos.
Chamei a minha esposa para me ajudar a pegar o pombo. Ao tentar fugir dei uma chinelada de leve nele e ela prendeu-o num saco. É agora que acontecerá o acidente. Eu não queria matá-lo. Peguei o filhote e joguei no lote ao lado de uma casa de veraneio. A minha intenção era que o filhote pudesse reencontrar sua família; todavia, ele caiu numa moita de capim, de forma, que de onde estava, os pombos não o veriam. Como sei que não sou um exímio atirador de pedras, porque elas nunca alcançam o alvo. Peguei um projétil de aproximadamente cinquenta gramas, na expectativa que o filhote saísse da moita para que os seus colegas o avistasse. Entretanto, o arremesso foi certeiro, alvejando a sua cabeça. No mesmo instante, o bichinho estático deitou.
Aquilo não era a minha intenção, acabara de cometer um homicídio culposo. Eu queria apenas que ele saísse da moita e fosse para um local aberto. Aquilo me desabou, e minha alma derramara-se em prantos.
No outro dia, fui lá em cima, na expectativa de encontrar o moribundo. Ele não estava mais ali. Por um átimo de tempo, alegrei o meu coração pensando que ele tinha revivido. Entretanto, mais consciente deduzi que um gavião ou até um gato, deve ter passado ele para o papinho.
Agora a outra tristeza aconteceu ontem. Eu até ontem, eu era atleticano, torcia para o galão da massa, das Minas Gerais. Infelizmente, depois do meu acidente, isso não está fazendo bem para a minha saúde. Eu queria que a comissão técnica e os jogadores nos dissessem como que um time, que está disputando a final da Libertadores, que fica com um jogador a mais a partir do primeiro minuto de jogo, consegue perder ainda esse jogo.
Como atleticano, me sinto envergonhado, como um clube com o alto investimento que tem, ano que vem não disputará a Libertadores. Faltou para o Milito, o que sobrou no técnico do Botafogo, audácia, coragem. Como que um time ouve o time adversário chamá-lo de "merda". Os jogadores fazem ameaças, falando que dia 30 eles saberão quem é o time de merda e fazem aquela cagada.
O time acovardou diante do Botafogo, o Milito só resolveu jogar no segundo tempo. Porque quando sabia estar com um jogador a mais, não armou um time ofensivo? Ficou esperando o tempo passar, ignoraram o adversário e depois fez o que fez. O time adversário chutou apenas três bolas ao gol, e todas foram gols. Como pode um time em plena decisão perder um caminhão de gols? Nem um bicho em torno de quarenta milhões foi suficiente para levantar o ânimo da equipe. O problema é que depois, quem fica com a boca com o gosto de cabo de guarda-chuva somos nós.
Também o que esperar de um time, que até ontem acumulou uma sequência negativa de onze jogos, ostentando sete derrotas e quatro empates. Depois da vitória por 3 x 0 no River Plate no dia 22/10/2024 só merda. No dia 26/10 Atlético 1 x 3 Internacional, no dia 29/10 River 0 x 0 Atlético, 03/11 Flamengo 3 x 1 Atlético, 06/11 Atlético Goianiense 1 x 0 Atlético, 10/11 Atlético 0 x 1 Flamengo, 13/11 Flamengo 0 x 0 Atlético, 16/11 Atlético Paranaense 1 x 0 Atlético, 20/11 Atlético 0 x 0 Botafogo, 23/11 São Paulo 2 x 2 Atlético, 26/11 Atlético 2 x 3 Juventude e finalmente o desastre de ontem Atlético 1 x 3 Botafogo. Me digam se podemos esperar alguma coisa de um time com este histórico?
A única coisa a favor que para mim o Juiz não deu foi o pênalti no Deyverson, por sinal muito claríssimo e o VAR nem chamou o juiz para olhar no vídeo; contudo, o pênalti no Luiz Henrique que, também, era interpretativo, ele chamou.
Ontem fiquei a noite toda melancólico, só pensando nesse jogo. Hoje despertei cinco horas pensando nesse jogo. Nós que somos bestas, ficamos nos matando de preocupação, enquanto eles nem estão aí.
Depois dessa palhaçada do galo e pensando no livro de Eclesiastes, capítulo 12, versículo 8, onde o pregador afirma: "Vaidade de Vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade." largarei esse fanatismo de lado. No final das contas, isso tudo não passa de uma ilusão. Confesso que em alguns momentos me preocupo com esse fanatismo. Procurarei me envolver somente com as coisas que me tragam algum bem.