E o dia esperado, já é contado nos dedos...
Impacientes, pela criança que espera o Papai Noel, com seu saco de presentes, e dentro dele, "AQUELE", escolhido por ela, sussurrado a ele em segredo, à noite, em suas orações.
Ansiosos pelas mães, que anotam em seus caderninhos o cardápio do dia, as providências a serem tomadas, para que tudo esteja perfeito para a chegada dos filhos e netos, que encherão a casa de ruídos, de risos, de uma alegria, há tanto tempo ausente!
A expectativa de rever uma mesa rodeada de pessoas queridas não tem preço, só é vencida pela alegria, muito maior, de ver concretizado o sonho.
Um conversê, um alarido, que ficará ressoando por muito tempo depois, nas lembranças rememoradas, dentro da saudade, que com certeza, virá!
NATAL!
E andando na rua, já vemos tudo decorado, tornando a expectativa ainda maior, com o colorido, brilho e músicas de natal.
As vitrines nos convidam a entrar.
Um vestido novo seria bem vindo para uma linda festa!
Mas uma dúvida me bate fundo, no coração...
Não sei se preciso de algo novo para vestir, ou se preciso me desvestir?
Há um quê de acúmulo material no ar, que nos leva junto, na mesma corrente, e enchemos nossas casas de adereços, nossos corpos de adornos, e nossos filhos de mimos materiais.
E como parte dessa mesma corrente, vamos nos atrelando aos seus elos, prisioneiros do que nem precisamos, e talvez, nem mesmo queremos.
Apenas é Natal, e tudo isso é normal e faz parte.
Afinal, venho vivendo assim, há anos... anos... anos...
Mas agora, sinto que preciso me desvestir, como se meu próprio corpo fosse demais, um peso que carrego, e fui acumulando sobre ele tantos adereços para me fazer mais bela, mas na verdade, apenas o tornei mais pesado.
Decidi que não quero um novo vestido, sequer um belo adereço, também não posso me desvestir do meu corpo, mas posso me fazer mais leve.
Posso desvestir-me das vaidades que me tornaram elos da corrente que me aprisionou, das atitudes inconsequentes que me aprisionaram às inseguranças, e posso também me desvestir das presenças das pessoas que só me enxergam vestida e adornada.
HOJE COMEÇO A ME DESPIR.
Tenho agora, outros motivos para contar nos dedos, os dias que faltam para chegar o NATAL, e será, com certeza, o melhor natal da minha vida.
Estarei lá, como sempre, minha mesa estará posta, com todos os mimos, com a mesma alegria, com um amor diferente, maior ainda, e eu estarei presente vestida de mim mesma!
Vou estar muito mais atenta às conversas, vou colher e apreciar cada palavra e cada sorriso, com os olhos, de um novo coração, renascido das cinzas dos meus adornos.
Estarei mais presente do que nunca!
Nua das coisas impostas pelo mundo, carregada do que tenho de melhor para doar e para viver.
Meu adereço? O meu sorriso!
Usá-lo-ei, como nunca!
Recuperarei e compensarei o tempo que tantos brilhos ofuscavam minhas lágrimas!
É NATAL!
E EU NUA,
VESTIDA DE MIM!
Irani Martins
Impacientes, pela criança que espera o Papai Noel, com seu saco de presentes, e dentro dele, "AQUELE", escolhido por ela, sussurrado a ele em segredo, à noite, em suas orações.
Ansiosos pelas mães, que anotam em seus caderninhos o cardápio do dia, as providências a serem tomadas, para que tudo esteja perfeito para a chegada dos filhos e netos, que encherão a casa de ruídos, de risos, de uma alegria, há tanto tempo ausente!
A expectativa de rever uma mesa rodeada de pessoas queridas não tem preço, só é vencida pela alegria, muito maior, de ver concretizado o sonho.
Um conversê, um alarido, que ficará ressoando por muito tempo depois, nas lembranças rememoradas, dentro da saudade, que com certeza, virá!
NATAL!
E andando na rua, já vemos tudo decorado, tornando a expectativa ainda maior, com o colorido, brilho e músicas de natal.
As vitrines nos convidam a entrar.
Um vestido novo seria bem vindo para uma linda festa!
Mas uma dúvida me bate fundo, no coração...
Não sei se preciso de algo novo para vestir, ou se preciso me desvestir?
Há um quê de acúmulo material no ar, que nos leva junto, na mesma corrente, e enchemos nossas casas de adereços, nossos corpos de adornos, e nossos filhos de mimos materiais.
E como parte dessa mesma corrente, vamos nos atrelando aos seus elos, prisioneiros do que nem precisamos, e talvez, nem mesmo queremos.
Apenas é Natal, e tudo isso é normal e faz parte.
Afinal, venho vivendo assim, há anos... anos... anos...
Mas agora, sinto que preciso me desvestir, como se meu próprio corpo fosse demais, um peso que carrego, e fui acumulando sobre ele tantos adereços para me fazer mais bela, mas na verdade, apenas o tornei mais pesado.
Decidi que não quero um novo vestido, sequer um belo adereço, também não posso me desvestir do meu corpo, mas posso me fazer mais leve.
Posso desvestir-me das vaidades que me tornaram elos da corrente que me aprisionou, das atitudes inconsequentes que me aprisionaram às inseguranças, e posso também me desvestir das presenças das pessoas que só me enxergam vestida e adornada.
HOJE COMEÇO A ME DESPIR.
Tenho agora, outros motivos para contar nos dedos, os dias que faltam para chegar o NATAL, e será, com certeza, o melhor natal da minha vida.
Estarei lá, como sempre, minha mesa estará posta, com todos os mimos, com a mesma alegria, com um amor diferente, maior ainda, e eu estarei presente vestida de mim mesma!
Vou estar muito mais atenta às conversas, vou colher e apreciar cada palavra e cada sorriso, com os olhos, de um novo coração, renascido das cinzas dos meus adornos.
Estarei mais presente do que nunca!
Nua das coisas impostas pelo mundo, carregada do que tenho de melhor para doar e para viver.
Meu adereço? O meu sorriso!
Usá-lo-ei, como nunca!
Recuperarei e compensarei o tempo que tantos brilhos ofuscavam minhas lágrimas!
É NATAL!
E EU NUA,
VESTIDA DE MIM!
Irani Martins