FANTASIAS DE NATAL
(Samuel da Mata)
Apesar do mercantilismo - coisa que eu detesto por princípio, acho o natal um período mágico maravilhoso. É claro que está cheio de símbolos sem fundamentação histórica ou religiosa, mas o que chamo aqui a atenção é ao poder da fantasia. Para os adultos pode ser babaquice, mas para uma criança a fantasia talvez seja a única válvula de escape que lhe resta em um mundo de desilusões e tragédias.
Esqueçamos as tragédias, quero lembrar aqui da minha primeira árvore de natal. Primeira? Talvez não, mas a primeira a ser fotografada na tela do meu mundo infantil e a me transportar além das fronteiras de uma realidade dura e cruel. Lembro-me como se fosse hoje. Nunca imaginei que houvesse algo assim: bolas coloridas espelhadas e resplandecentes que cintilavam ao piscar de estrelinhas mágicas numa visão de encanto que jamais esqueci. Transportei-me para o mundo dos sonhos. Conclui que o paraíso deveria era daquele jeito. Nunca havia visto luz elétrica nem bolas espelhadas em cores tão divinas. Fiquei preso ali por horas sem que nada conseguisse tirar a minha atenção até que me tirassem a força. Senti-me como Adão sendo expulso do paraíso. Jamais esquecerei aquele dia.
Interessante, o que coisas simples como bolas de lantejoulas e uma bateria ligada a um pisca-pisca podem fazer com a mente de uma criança carente? Neste Natal, pegue uma criança da periferia e leve ao shopping, pague-lhe uma volta na pista de gelo e um sorvete de morango e estarás eternizado no mundo de suas fantasias! Feliz Natal. Ho, ho, ho, ho!
(Samuel da Mata)
Apesar do mercantilismo - coisa que eu detesto por princípio, acho o natal um período mágico maravilhoso. É claro que está cheio de símbolos sem fundamentação histórica ou religiosa, mas o que chamo aqui a atenção é ao poder da fantasia. Para os adultos pode ser babaquice, mas para uma criança a fantasia talvez seja a única válvula de escape que lhe resta em um mundo de desilusões e tragédias.
Esqueçamos as tragédias, quero lembrar aqui da minha primeira árvore de natal. Primeira? Talvez não, mas a primeira a ser fotografada na tela do meu mundo infantil e a me transportar além das fronteiras de uma realidade dura e cruel. Lembro-me como se fosse hoje. Nunca imaginei que houvesse algo assim: bolas coloridas espelhadas e resplandecentes que cintilavam ao piscar de estrelinhas mágicas numa visão de encanto que jamais esqueci. Transportei-me para o mundo dos sonhos. Conclui que o paraíso deveria era daquele jeito. Nunca havia visto luz elétrica nem bolas espelhadas em cores tão divinas. Fiquei preso ali por horas sem que nada conseguisse tirar a minha atenção até que me tirassem a força. Senti-me como Adão sendo expulso do paraíso. Jamais esquecerei aquele dia.
Interessante, o que coisas simples como bolas de lantejoulas e uma bateria ligada a um pisca-pisca podem fazer com a mente de uma criança carente? Neste Natal, pegue uma criança da periferia e leve ao shopping, pague-lhe uma volta na pista de gelo e um sorvete de morango e estarás eternizado no mundo de suas fantasias! Feliz Natal. Ho, ho, ho, ho!