Súplica ao Papai Noel
(Samuel da Mata)
Papai Noel, eu deixei este recadinho pra você para pedir-lhe perdão. Você não sabe do que se trata mais eu sei. Há mais ou menos um mês, minha professora falou sobre racismo. Fiquei muito impressionado com a maldade das pessoas. Ela nos contou sobre um sujeito chamado Hitler, tão mal que até passei a chamar o cachorro da vizinha por este nome. Coitado do cachorro, mas às vezes eu vejo a maldade nos olhos dele. Foi aí que eu pequei. Fiquei pensando: será que, apesar de tão bonzinho, você também não poderia ser um racista? A professora falou que os racistas normalmente são pessoas de boa aparência e até educadas. Não entendi nada, será que a educação faz isto com as pessoas? Mas o que importa é que eu pensei que você fosse um racista, porque sempre dá presentes pra todas as crianças do meu bloco, mas nunca deu presentes para os garotos ali da periferia. Eu não acho que eles sejam maus meninos. O Fernando, por exemplo, obedece muito mais a mãe dele do que eu obedeço à minha e tem bem melhores notas que eu na escola. Contudo, você não deu nada pra ele no ano passado. Ele chorou muito. Contei isto pra vovó, então ela me explicou que você já está tão velhinho que anda esquecendo as coisas. Aí então percebi que eu havia pecado de novo, pois eu é quem devia ter lembrado isso a você, eu sempre lembro a vovó de tomar o remédio dela. Por isso, estou pedindo perdão e deixando aqui uma lista com os nomes de meus amiguinhos lá da periferia, para que você não mais se esqueça deles. Outra coisa, minha avó toma fosfozol, diz ela que é bom pra memória. Pedi a vovó que deixasse uns comprimidos pra você, mas ela não quis deixar, mas você pode comprar na farmácia do Almeida. Beijos, Carlinhos
(Samuel da Mata)
Papai Noel, eu deixei este recadinho pra você para pedir-lhe perdão. Você não sabe do que se trata mais eu sei. Há mais ou menos um mês, minha professora falou sobre racismo. Fiquei muito impressionado com a maldade das pessoas. Ela nos contou sobre um sujeito chamado Hitler, tão mal que até passei a chamar o cachorro da vizinha por este nome. Coitado do cachorro, mas às vezes eu vejo a maldade nos olhos dele. Foi aí que eu pequei. Fiquei pensando: será que, apesar de tão bonzinho, você também não poderia ser um racista? A professora falou que os racistas normalmente são pessoas de boa aparência e até educadas. Não entendi nada, será que a educação faz isto com as pessoas? Mas o que importa é que eu pensei que você fosse um racista, porque sempre dá presentes pra todas as crianças do meu bloco, mas nunca deu presentes para os garotos ali da periferia. Eu não acho que eles sejam maus meninos. O Fernando, por exemplo, obedece muito mais a mãe dele do que eu obedeço à minha e tem bem melhores notas que eu na escola. Contudo, você não deu nada pra ele no ano passado. Ele chorou muito. Contei isto pra vovó, então ela me explicou que você já está tão velhinho que anda esquecendo as coisas. Aí então percebi que eu havia pecado de novo, pois eu é quem devia ter lembrado isso a você, eu sempre lembro a vovó de tomar o remédio dela. Por isso, estou pedindo perdão e deixando aqui uma lista com os nomes de meus amiguinhos lá da periferia, para que você não mais se esqueça deles. Outra coisa, minha avó toma fosfozol, diz ela que é bom pra memória. Pedi a vovó que deixasse uns comprimidos pra você, mas ela não quis deixar, mas você pode comprar na farmácia do Almeida. Beijos, Carlinhos