SEPULTURA MORADA TÃO FUNESTA ...

SEPULTURA MORADA TÃO FUNESTA....

Quando parte pra o mundo do além

Não precisa passagem ou passaporte

Que a viagem que faz após a morte

Pra o lugar em que vai nunca mais vem

E notícias não dá mais pra ninguém

Pois correio não tem e nem portador

Pode ser um mendigo ou um doutor

Uma cova apertada é o que lhe resta

Sepultura morada tão funesta

Que abriga somente um morador

Na passagem que faz pra outro plano

Não se leva os bens materiais

Porque ricos e pobres são iguais

Na presença de Deus: o Soberano

Essa alma que habita o ser humano

É preciso ser pura e ter valor

Pois do céu só será merecedor

Quem na terra pratica o que presta

Sepultura morada tão funesta

Que abriga somente um morador

Quando passa a morar na tumba fria

Dispensa-se o luxo e a vaidade

Seu cartão já não tem mais validade

Sem despesas com água e energia

Não precisa de pompa ou regalia

Pois o morto dispensa esse valor

Se na terra da justiça é devedor

A justiça Divina lhe protesta

Sepultura morada tão funesta

Que abriga somente um morador

Essa ida sem volta não tem preço

Pois propina a morte não aceita

Seja rico ou pobre não enjeita

Manda todos pra o mesmo endereço

Volta ao pó do qual veio no começo

E se tiver algum saldo devedor

Pra chegar ao andar superior

Tem que está sem apara e nem aresta

Sepultura morada tão funesta

Que abriga somente um morador

Catacumbas e cruzes, rua estreita

Ramos murchos de coroas e de flores

Nem ao menos exalam os odores

E o sepulcro também já não enfeita

Os vizinhos da esquerda e da direita

Estão cobertos com o mesmo cobertor

É a terra a quem dedicaram amor

Devorando-os, parece que os detesta

Sepultura morada tão funesta

Que abriga somente um morador

A família que chora aquele ente

Muito breve esquece as seqüelas

Em sufrágio da alma, acende velas

Ou uma missa celebra pra o parente

Que em paz já descansa eternamente

Desse mundo não é mais um sofredor

E se da glória ele for merecedor

Lá no céu lhe recebem com uma festa

Sepultura morada tão funesta

Que abriga somente um morador

Autor: Carlos Alberto de Oliveira Aires

Carpina–PE, 16-05-2008

Contatos: euaires1@hotmail.com

(081) 3622-0948

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 16/05/2008
Reeditado em 22/07/2008
Código do texto: T992676
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