ALVORADA NO SERTÃO...

ALVORADA NO SERTÃO...

Seca a noite a sua fonte

De refazer energia

Já se vê sinais do dia

No seu primeiro horizonte

Já dá para ver o monte

E a água do ribeirão

Já se ouve algum “cancão”

Dar a primeira piada

Como é bela a alvorada

Nos campos do meu sertão

Ouve o galo-de-campina

Com seu cantar elegante

Mesmo que seja distante

Lá no alto da colina

É como quem determina

E dá orientação

Como se fosse o chefão

Do resto da passarada

Como é bela a alvorada

Nos campos do meu sertão

A serra está embaçada

Numa pasta de neblina

Também a vasta colina

Ainda está orvalhada

É como se a madrugada

Chorasse de emoção

Por ter sido sem razão

Pelo sol desvirginada

Como é bela a alvorada

Nos campos do meu sertão

A floração da jurema

Tá exalando seu cheiro

Se ouve no tabuleiro

O grito da seriema

Que está armando o esquema

Da sua alimentação

Anda, corre, cisca o chão

E logo está alimentada

Como é bela a alvorada

Nos campos do meu sertão

O umbuzeiro pelado

Começa sua florada

Dá à primeira chuvada

Fazendo rama pra o gado

O sertanejo animado

Faz logo a sua oração

Pedindo a Deus proteção

Pra sua terra adorada

Como é bela a alvorada

Nos campos do meu sertão

É lindo o romper da aurora

Quando nasce um novo dia

Da emoção e alegria

A beleza dessa hora

Pra o sertanejo que mora

Nesse pedaço de chão

Sem ter comunicação

Das terras civilizadas

Como é bela a alvorada

Nos campos do meu sertão

Autor. Carlos Aires

Carpina, PE. 28/01/2008

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 07/03/2008
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T891748
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.