O VIAGRA DO MATUTO
O viagra do matuto,
é uma cabôca facêra,
cum a sua bôca incarnada,
rodando no mêi da fêra.
Daquela qui só cum o oiá,
faiz o cabra emburacá,
de noite, na capuêra.
É seu côipo arrupiado,
mode um chêro in seu cangote,
qui nem sapo atráis da gía,
iscundido atráis do pote.
É o intrançado de perna,
no quilaro da lanterna,
da lua, atráis de um serrote.
É um copo de “te atola”,
qui eu te digo, meu irmão:
É rapadura rapada,
cum água bem fria e limão.
É uma saia alevantada,
pru detráis de uma latada,
numa noite de São João.
É o riso e o oiá da cabôca,
prometendo safadeza.
Fazendo o sangue frêivê,
e acelerá, cum certeza.
Butando fogo in seu facho,
cunvidando o cabra macho,
prá acanhá a natureza.
É um decote generoso,
uma abertura profunda,
uma saia láiga, rodada,
de premêra sem sigunda.
Incanta quaiqué sujeito,
mostrando o rêgo duis peito,
quando a saia avôa, a bunda.
Arriba de tudo isso,
é o caríin de uma muié.
Seus biliscão, suais unha,
da cabeça inté o pé.
Se isso aí num resôivê,
num ai remédio, pode crê,
qui bote o “troço” de pé!...
Autor: Bob Motta
NATAL-RN
FEV 2008