NA PISCINA AZUL DO MÁ...
NA PISCINA AZUL DO MÁ...
Literatura de Cordel
Autor: Bob Motta
N A T A L – R N
2 0 0 8
Êsse poeta agarante:
Nóis aqui recebe bem,
num qué sabê quem é quem,
. tôdo e quaiqué visitante.
É caríin a tôdo instante,
na capitá potiguá.
A lhe recepicioná,
uis gôifíin disinibido,
brinca e pula divirtido,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
In noite de lua cheia,
eu vô prá bêra da praia,
me assento numa catráia,
e ôiço o canto da sereia.
O isguicho da baleia,
faiz eu me emocioná.
Eu fico a me imaginá,
dento d’água, sem pudô,
mais você, fazendo amô,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Sonhei qui acindí seu facho,
in prena bêra da praia.
Alevantei sua saia,
e meti a mão pru baixo.
Fiz o meu papé de macho,
lá na arêia a lhe amassá.
Sintindo o acelerá,
da sua respiração,
quage murrí de tezão,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Numa noite inluarada,
saí p’ruma pescaria,
e iscriví uma poesia,
no balanço da jangada.
Pensando na minha amada,
vi a inspiração chegá,
e de mim, se aproximá,
dizendo: Meu trovadô,
iscreva versos de amô,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Direcionei a mente,
de poeta apaixonado,
p’rum bêjo quente e muiado,
p’ro seu caríin indecente.
Numa visão, de repente,
vi você prá mim, nadá;
da jangada, me puxá,
me pidindo cum vóiz rôca,
qui eu lhe bêjasse na bôca,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Obidiente qui sô,
sastisfiz o seu desejo.
Cumo foi gostôso o bêjo,
qui troquemo, meu amô.
De minhas mão, tu se sortô,
mode o biquíne, arrancá.
Feliz, eu pude apaipá,
sua “fulô”, livrimente,
e cheguemo aos finaimente,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
A tua pele macia,
cuma se fôsse franela,
junto à tua image bela,
me trôve amô e poesia.
O chêro da marizia,
mais o bríi do teu oiá,
vêi ligêro dispertá,
o teu menestrel idoso;
te amá é maraviôso,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Uma noite agraciada,
cum acordes de violão,
cum poema e cum canção,
p’ruma muié apaixonada.
No aipende, uma rêde aimada,
fêiz seu poeta sonhá.
E de repente pensá:
Se in sonhe é tão primorôso,
ao vivo é bem mais gostôso,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Numa trempe, uma panela,
dento, uma arráia insopada,
debaixo de uma latada,
numa praia prá lá de bela.
Isso é digno de aquarela,
mode um pintô retratá.
Eu chego a me emocioná,
ao vê o pescadô vortando,
e a muié lhe aguardando,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Hoje inquanto eu caminhava,
de pé discalço, na arêia,
passei pertíin d’uma “serêia”,
qui seu bãe de só, tumava.
Inquanto ela se amostrava,
eu fiquei a o bisséivá,
ela, o protetô passá,
e adispôi, se alevantando,
deu um pinote, méigúiando,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
In Ponta Negra ô Ridinha,
Pirangí ô Muriú,
Santa Rita ô Graçandú,
domingo de menhãzinha;
de côco, bem geladinha,
a minh’água eu vô tumá.
Dispôi de me refrescá,
cum aquela água tão doce,
suspiro e grito: Danô-se!
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
De tudo, tem ispêtíin;
de quêjo ô carne, uma belêza,
de lingüiça calabrêza,
frango ô camarão fresquíin.
Tem de ostra, insopadíin,
quem quizé, pode prová.
E quem quizé biritá,
tem cêivêja geladinha,
tem cachaça e caipirinha,
NA PISCINA AZUL DO MÁ.
Na noite do novo ano,
isbanje felicidade,
ame e brinque à vontade,
lá na bêra do oceano.
Passe in revista o seu prano,
p’ro ano qui vai cumeçá.
Ofereça a Iemanjá,
presente e munta oração,
abrindo o seu coração,
NA PISCINA AZUL DO MÁ...
Autor: Roberto Coutinho da Motta
Pseudônimo Literário: Bob Motta
Da Acad. de Trovas do Rio G. do Norte
Da União Brasileira de Trovadores-UBT-RN
Do Inst. Hist. e Geog. do Rio G. do Norte
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