CORDEL - OS DESAFIOS, COMPROMISSOS E A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA EJA

Produzido pelos alunos dos ciclos III e IV da EJA

Escola Municipal Antônio Vital do Rêgo (Vitalzão)

Com a colaboração do Poeta Paulo Seixas

QUEIMADAS - PB/2024

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” (Cora Coralina)

QUEIMADAS, JUNHO/2024

A poesia de cordel é imortal

Narrando histórias de peleja,

Dos valentes cangaceiros,

Do Padre Cícero e igrejas.

E por que não poderia falar

Dos compromissos da EJA?

É a Educação de jovens

E de adultos na escola,

Esse programa Federal

Que a cada ano melhora.

Onde os bons professores

Inovam no ensino agora.

Porque no programa EJA

Aprende-se um pouco mais,

Não somente ler e escrever,

Disso qualquer um é capaz.

Nele instrui-se sobre a vida,

E como valorizar os ideais.

Como toda narrativa própria

É preciso essa história contar.

Ao leitor será feita a pergunta:

Está preparado para escutar?!

Sobre o programa de ensino EJA

Que surgiu pro aluno se motivar.

Ao retomar de vez aos estudos,

Descobre um mundo a explorar.

Desafios e muitos conhecimentos

Que já não imaginava enfrentar.

Porém, com foco e algum objetivo

Qualquer um consegue chegar lá.

Superando o medo do passado

Com coragem e determinação,

Volta agora para a sala de aula

Onde encontra uma motivação

Para continuar de onde parou,

Com fé e confiança no coração.

Na EJA encontra inspiração,

Supera até mesmo a timidez,

Enfrentando qualquer desafio,

Pouco a pouco, a cada mês.

Aprendendo e tirando dúvidas

Em Matemática ou Português.

No início, todos têm medo,

Depois, aquietam o coração.

A fé em um futuro promissor,

A vontade e a determinação

É o que faz acreditarem em si,

E a serem mais fortes, então.

Faculdade ou concurso?

O céu é o único limite.

Quando o aluno é capaz,

Ele mesmo se permite.

Não importando a idade;

Basta apenas que acredite.

A EJA é uma coisa boa,

Pro aluno, um incentivo.

São duas séries num ano,

Encurtando o ano letivo.

Sai diretinho pro SENAI,

Um cidadão bem instruído.

Reduzindo assim, o tempo

Do ano regular, tradicional.

Vantagem para o aluno

Que não concluiu, afinal,

Parando no ensino médio

Ou mesmo no fundamental.

No passado, surgiram motivos

Onde muitos deixaram de estudar.

Casar, ter filhos, construir família...

Hoje, há oportunidade de continuar.

Que bom que apareceu a EJA,

Pra escola muitos já podem voltar.

Um belo dia alguém acorda

Com um pensamento diferente,

E, levantando a sua cabeça,

Dá-se conta do quão ausente

Ficou de uma sala de aula;

O tempo passa de repente.

E assim, ao abrir os olhos,

Verá que o tempo passou.

Que já não é mais uma criança,

Com o coração cheio de amor.

Mas, se puder voltar a estudar,

Conseguirá agregar mais valor.

Nos dias de hoje, tudo melhorou,

Dando oportunidade a muita gente.

Havendo trabalho e qualificação,

Onde a educação se faz presente.

Portanto, concluir qualquer estudo

É um investimento convincente.

O sonho de voltar às aulas,

De tão grande, gera saudade.

As lembranças e convivências...

Na EJA encontra-se felicidade.

Que o diga o aluno esforçado,

Apesar das lutas e dificuldades.

Aquele aluno, pai e trabalhador,

Que sai de casa todos os dias,

Que procura a EJA pra estudar,

Sempre em busca de melhorias.

É um estudante cheio de amor,

Que carrega a dor e a alegria.

Educação de jovens e adultos,

Na EJA é o que mais se prioriza.

Um ensino de prestígio e valor,

Algo que todo mundo valoriza.

Com um rendimento suficiente,

Realmente ensina e alfabetiza.

A EJA é inspiração, acolhimento,

Incentivo a mais para se estudar.

Onde jovens e adultos interagem,

Juntos, trilham o mesmo caminhar.

Buscando recuperar um tempo

Que perderam e puderam achar.

Estudar depois de uma certa idade,

Abandonar tudo e depois recomeçar

É acreditar que você ainda é capaz,

De persistir para seu futuro mudar.

Algo que se perdeu há tanto tempo,

Pelo fato de não parar pra pensar.

E por que alguém estudar, afinal?

Estudar pra ter uma vida diferente.

Para voltar a caminhar tranquilo,

Enxergando um futuro à sua frente.

Voltar pra escola, entrar na EJA

É um pensamento muito inteligente.

Por isso, a vontade de continuar,

Na Eja é aprender com a idade.

Ter força de vontade é um mérito

Pra quem tem certa maturidade.

O aprendizado irá valer a pena,

Enfrentando qualquer dificuldade.

O ensino da Eja é também terapia.

Por vezes, o aluno chega cansado,

Mas, ao estudar, adquirir sabedoria,

Da escola todos saem motivados.

Por toda a vida, valerá a alegria

Do conhecimento conquistado.

Na mente de um aluno da EJA

Não há espaço pra olhar para trás.

Só existe a vitória, o pensamento,

A motivação que o torna capaz.

Conquistar o seu grau e diploma,

É uma meta que sempre satisfaz.

Hoje, a Eja é uma possibilidade

De qualquer aluno reencontrar

Os sonhos que se perderam

E que não puderam conquistar.

Com uma formação garantida,

Dá pra fazer planos e sonhar.

Que o céu nunca deixe de brilhar

Pelas longas estradas dessa vida.

Que a EJA nunca deixe de existir,

Essa luz que se mostra uma saída.

Ao tempo exato em que a educação

Mostra-se eternamente agradecida.

Aqui no Vitalzão é exemplo

Para ser copiado e seguido,

Esse belo programa federal

Que a muitos têm atendido.

Já são mais de quinze anos,

Aqui pela escola defendido.

Desde o ano de 2009, lá atrás

Que Rubenice, antes professora

Incentivara a implantação da EJA,

Pra esta escola, a melhor escolha.

E, por essa e outras realizações,

Tornou-se uma grande diretora.

Um salve aos professores

Que ensinam com paciência,

Aos Mestres que incentivam,

Mostrando a sua competência.

Fabiana, Samara, Juliana, Manuel,

Renato e Layze, fazendo diferença.

E, ao longo desse tempo todo,

A EJA só proporciona felicidade.

Com histórias de superação

Que ecoam por toda a cidade.

Vários alunos aqui concluíram

E ingressaram na universidade.

Por fim, preste atenção e veja,

A vida sempre traz esperança.

Falou-se aqui sobre a EJA,

Do que se perdeu na infância.

Esse é um programa de ensino

Que é de suma importância.

O papel da EJA só pode entender

Aquele que não teve oportunidade,

Que abriu mão do conhecimento

Para trabalhar com honestidade.

E agora tem a chance de recuperar

Aquilo que perdeu, com dignidade.

Aquele que espera o tempo avançar,

Que fica somente em cima do muro,

Já não percebe seu momento passar

E pouco a pouco, vai ficando maduro.

Envelhece, adoece, sem alento no lar,

Nunca podendo construir um futuro.

Capacitar-se, ter um certificado

É o que todo bom aluno almeja.

Na escola pública ou particular,

Por opção ou cobrança, que seja.

Se não for pelo ensino regular,

Busca sua formação pela EJA.

Um diploma é importante,

É como um porto seguro.

Hoje, enfim, a capacitação

Pode garantir melhor futuro,

Alçando voos mais altos,

Ultrapassando os muros.

Lutar pelo que nos faz sorrir,

Desistir do que nos faz chorar.

A vida é cheia de obstáculos,

Essa é a razão para continuar.

De resto, é procurar ser feliz,

Deixando essa vida nos levar

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades

para a sua própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire)

Autores deste folheto:

Adriano Gomes Maciel (ciclo III)

Andreza Cabral da Silva (ciclo IV)

Carlos André da Silva Nascimento (ciclo III)

Eliane da Silva Lopes (ciclo IV)

Fabiana Silva Souza (ciclo III)

Flávia da Silva Lopes (ciclo IV)

Ivaneide Serafim Alves (ciclo IV)

Joice da Silva Santos (ciclo IV)

Joice Silva Rodrigues (ciclo IV)

José Nildo Bezerra Gomes (ciclo III)

Kaio Mateus Bezerra Andrade (ciclo III)

Luana Ferreira Gomes (ciclo IV)

Manuel Carlos Rodrigues de Melo (ciclo III)

Marcondes José B. da Silva (ciclo III)

Maria Aparecida Barbosa Farias (ciclo IV)

Maria Cristina da Costa (ciclo IV)

Maria de Fátima B. da Silva (ciclo III)

Maria José Silva Nascimento (ciclo IV)

Maria Taíssa Batista dos Santos (Ciclo III)

Maria Valdeci Barbosa da Silva (ciclo IV)

Romildo Duarte Silva (ciclo IV)

Samara Maria da Silva (ciclo IV)

Verônica Rodrigues Ramos (ciclo IV)

Um trabalho supervisionado pelas professoras de História, Arte e Língua Portuguesa, Fabiana Cabral e Layze Mariana, da Escola Municipal Antônio Vital do Rêgo (popular Vitalzão). Com a colaboração do poeta cordelista, Paulo Seixas, na organização, revisão e publicação do cordel.

Este é um cordel composto por 36 estrofes, onde cada estrofe contém seis versos rimados (sextilha). Nesse formato, o segundo, o quarto e o sexto verso rimam necessariamente entre si, podendo ocorrer também rimas entre o primeiro, terceiro e quinto verso, formando uma estrofe perfeitamente rimada.