O JEITO QUE SOU
Nasci num dia fechado
De nuvens e cores escuras
Passei por muitas agruras
Fiquei bem encabulado
Dos erros não sou o culpado
A Lei dessa vida condena
Não entro nem saio de cena
E assim faço a vida rimando
E eu sigo a lida passando
Na brisa da paz tão serena
Nasci pra viver alegrando
O povo que um dia me viu
Andando por este Brasil
Com uma viola tocando
Um verso bem torto rimando
Pra enganar um sofrer
Perdendo aprendi a vencer
No jogo que a vida impõe
Mas o destino pressupõe
Vontade grande pra viver
Nasci como nasce o poeta
De sonhos amor e ternura
E assim toda minha cultura
Procura a rima correta
Certeira igual uma seta
Por isso eu sigo mirando
No alvo da vida acertando
Porque eu não posso errar
Se não o preço a pagar
Traduz o lutar já findando
Trocando uns versos eu sigo
Compondo uma nova canção
Trazendo desse coração
As trilhas por onde persigo
Não temo em nada o perigo
Pois eu sou filho da estrada
Escrevo a minha jornada
Em verso que eu mesmo faço
E em cada pedaço eu traço
Cantiga que alegra a amada
De tempos em tempos eu vivo
Olhando o que tem de melhor
Procuro sempre ao redor
E sigo com passo ativo
E isso me dá o motivo
De ser assim quem eu sou
Nalgumas lições que eu dou
Com elas aprendo sorrindo
E vou pelo mundo seguindo
Cantando e rimando mas vou