RIMA MÉTRICA E ORAÇÃO - Como se faz um cordel?

Quem dera eu fosse um poeta

Desses de rimas colhidas

Nos pés da sabedoria

Feito frutas escolhidas

E levasse a emoção

Banhando o coração

Em rimas ricas e polidas

Quem dera que meu versado

Em bela gramáticidade

Camoniana chegasse

Levando felicidade

Para que os mesmos versos

Criasse novos universos

De amor sorriso e bondade

Que a rima matasse a fome

De quem não tem o que comer

Que a glosa fosse alimente

Pra quem vive a sofrer

E que o mote alimentasse

Quem almeja sobreviver

No terceto ou numa quadra

Derramasse em sextilhas

Nos sete versos mostrados

Fossem esses em setilhas

E que os meus octassilabos

Fossem grandes decassílabos

Óh meu De3us que maravilhas

Ver as letras saltitando

Entre fonética e fonema

Que o aprendizado fosse

Um perfeito teorema

Obedecendo a cadencia

E até mesmo a prepotência

E se chamasse um poema

Sou menor desses pequenos

Não sou vate nem menestrel

Escrevo o que vem da mente

E despejo em um papel

Rimas tortas ou certeiras

Faço disso brincadeiras

E até chamo de cordel

Redondilha é redonda

E uma quadra é quadrada?

Metrificando com metro

A oração fica oralizada

Quando a rima tem pé quebrado

O verso fica adoentado

Mancando em rima mancada?

O que dizer meu amigo

Do solitário terceto

Que fica ali amparando

O formato de um soneto

Parece hipotenusa

Quando alguém logo abusa

A soma de um tal cateto

Tenho muito que aprender

Para poder ensinar

Toas às modalidades

Que eu puder alcançar

Eu farei com muito gosto

Pois sou caboco disposto

Pros meus versos melhorar

Enquanto eu não me acho

Por ai eu me procuro

Tecendo verso e querendo

Fazer um cordel seguro

Pulo daqui e de lá

Esforçando-me acolá

Pra não rimar no escuro

Do cordel sou defensor

E defendo o cordelista

Que em rima vai traçando

A vontade de ser artista

Dividindo e somando

E com outros partilhando

Sem ser tão perfeccionista

Faça rimas e seus versos

Vá compondo sem parar

Exercite a cadencia

Sempre que puder rimar

Não deixe a poesia torta

Nem ligue pra alma morta

Que tenta te condenar

Quem nasce muito sabido

Em soberba e arrogância

É pobre desesperado

Que carrega em ignorância

Se achando o maioral

Mas no fundo é um boçal

Que erro tem em abundância

Edifique suas rimas

Embeleze o traçado

Faça tudo direitinho

E mesmo sendo criticado

Dobre a primeira esquina

Afaste quem descrimina

Esse teu simples versado

Quer fazer um bom cordel

Passe logo a escrever

Escolha um tema em voga

Pro povo compreender

E de forma analítica

Desça o pau na politica

E nos homens do poder

Em feiras e em congressos

Onde quiserem me chamar

Lá estou com minha banca

Com meu verso a declamar

Vou dando uma de enxerido

Sendo um cabra atrevido

Viciado em meu rimar

A todos muito obrigado

Pela distinta atenção

Vi rimas de MAIS com PAZ

Essa eu não rimo não

Nada no mundo é perfeito

Cada um tem o seu jeito

EM RIMA MÉTRICA E ORAÇÃO

Carlos Silva

Poeta cantador –Cipó – BA.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 08/03/2024
Reeditado em 08/03/2024
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