A ROLA E O PRIQUITO
*A ROLA E O PRIQUITO*
A rola e o priquito
Qual dos dois é mais bonito
Ou bastante esquisito
Queira então me responder
Não quero me aborrecer
Mas pretendo enaltecer
Meu rimar torto e aflito.
A rola vive entrando
Em qualquer canto penetrando
E assim vai se agasalhando
Como quem lá nada quer
Me acredite quem quiser
Homem menino ou mulher
Ficam cá se perguntando.
Por que entra por que sai
Onde é que ela vai
As vezes sobe as vezes cai
Mas não deixa de entrar
Cutucando devagar
Que é para não machucar
Evitando ai ai ai...
O priquito é mais esperto
Come o que tiver por perto
Fica ele sempre aberto
Engole o que vier primeiro
É no chão ou num terreiro
Grita que é isoneiro
Achando ele errado ou certo.
Lisinho e bem perfumado
Macio e quando molhado
Escorrega um bocado
Mas agarra bem no pau
Dá um giro e coisa e tal
Sobe desce e afinal
Nasceu pra ser cobiçado.
Mas a mente desumana
Com imaginação insana
Não é lá tão soberana
E assim pensam besteiras
Cometem grandes asneiras
E as aves brasileiras
Rola e priquito é tão bacana.
Carlos Silva
Cipó-BA