RETALHOS DE SAUDADES
Vi no baú de saudades
Retalhos do nosso amor
Numa agenda ultrapassada
Um clipe um separador
Um coração com um verso
De sentido controverso
Que “nunca morre o amor”.
Uma cédula sem valor
Pra sorte e prosperidade
Como verdade da época
Um símbolo de vaidade
Uma caixa de aliança
Sem tampa e sem esperança
Com dois selos de saudade.
Sob uma mancha covarde
Uma frase onde figura
O segredo e a resposta
Mas no meio uma rasura
Talvez de propósito fosse
Que o tempo deu mas rasgou-se
Como simples aventura.
Reli numa carta, a jura
Quando o nosso amor nasceu
Noutra, uma insígnia bem dura
Do dia que o amor morreu
Pra gravar na lápide dura
E constar na sepultura
Na tampa do túmulo seu.
Thiago Alves – 12/11/2023