O problema é de todos nós.
Raimundo e dona lolô
Formam um belo casal
Residem num casarão
Na frente tem um curral
No distrito de Trincheira
Todo sábado vão à feira
Usando a velha rural
Levam mel e queijo coalho
Ja tem certo a Freguesia
Meia hora é todo o tempo
Vendendo a mercadoria
Compram a mistura e sal
Abastecem a rural
Pois é quase meio dia
Uma novidade estranha
Veio embalada da feira
Estava numa sacola
Perigosa e traiçoeira
Toda feita de metal
Poderosa e bem mortal
Uma grande ratoeira
Um rato olhando de cima
Surpreso com a encomenda
Ligou o sinal de alerta
-Querem me quebrar na emenda!
Correu pra fora ligeiro
Em direção ao seleiro
Gritando pela a fazenda
Encontrou com a galinha
Que ciscava uma folhagem
Narrou o fato para a ave
Que respondeu -Que bobagem
Fico na minha sem pressa
Pois isso não me interessa
Mas que assunto sem mensagem!
Um porco comia milho
Em um cercado de vara
O rato foi lhe dizendo
Sobre a maldade tão rara
Porco respondeu -Que cena.
Cuida lá do seu problema
Vou é rir da sua cara!
Dona vaca no curral
Com teta cheia de leite
Até que ouviu o rato
Porém não houve o aceite
-Tenho o mais o que fazer
Tente aí se resolver
Com essa água no azeite!
O rato muito tristonho
Se sentindo numa ilha
Sem amigos pra contar
Sem ter alguém da família
Mas esperto e sempre atento
Deu atenção ao momento
Pra não cair na armadilha
Dormindo com olho aberto
E firme igual uma estaca
Ele ouviu um grande estalo
Como um forte e seco tapa
Desarmou se a ratoeira
Pegando bem na traseira
De uma cobra jararaca
Dona lolô sorridente
Realizando o desejo
Disse com tom de ironia
-Pra você ratinho,um beijo
Nunca mais marque presença
Descendo em minha dispensa
Para degustar meus queijos
Foi ver a cena de perto
Porém,sem fazer manobra
Já pensando no defunto
Cavando fundo sua cova
Quando pisou na calçada
Recebeu forte picada
Da venenosa da cobra
Foi parar lá no hospital
Ficando em observação
Então a sua empregada
Moça de muita atenção
Querendo ser boazinha
Passou a faca na galinha
Para fazer um pirão
Sabendo dessa notícia
Parentes de Santa Bela
Pegaram um micro ônibus
Sem demora e sem espera
Entraram em desespero
E dono do chiqueiro
Foi parar numa panela
O que ninguém esperava
E de fato aconteceu
Dona lolô veio a óbito
Muita gente apareceu
Precisavam de alimentos
A vaca foi o salvamento
No curral ela morreu
A moral de minha história
É bem fácil de explicar
Se seu próximo tem problemas
Tente aí máximo ajudar
A vida é uma roda gigante
Negue ajuda ao semelhante
Sua conta vai chegar...