CONFUSÃO NO XENHENHÉM - Gracejo

I

Entraro no xenehnhém

Rasgaro o fole e sanfona

Furaro o bombo e a lona

Derrubaro o armazém

Pegaro um ladrão também

Tiraro o couro da bunda

E apartaro a caicunda

Cum serrote vai-e-vém.

II

Ai, ai, ai, ui, ui, hem,hem

Covardia vem gritano

Pruque entrou pelo cano

E saiu pela culatra.

Puxaro o nó da gravata

Do pescoço de Moleza

E acunharo Safadeza

Cum duas tampas de latra.

III

- Essa luta num simpata!

Palavrão gritou de lado

Levou no ispindurado

Pontapé de mais de cem.

Cacete fez um desdém

Descero o pau no cacete

E arrancao o corpete

Da Nega de Zé-Ninguém.

IV

Cipó de boi se mantém

Na posição de sintido

Paimatora sem sintido

De tanto dar tapa em mão.

Iscrafunxou-se no chão

Um pobe dum tamburete

Foi tão grande o tirinete

Que ele ficou sem função.

V

Ainda tem confusão?

Mas, não respondeu ninguém.

Butaro tudim num forno

Até Mentira e Suborno

Foro queimado também.

- Hô de casa! Tem aiguém?

Tava chei de muié feia

Lascaro tudo na peia

Desceram o pau no harém.

VI

Rasgaram saia também

Sapato avuô pra cima

Pente e batom se lastima

Ispêi quebrou-se também.

Fundo de caça que vem...

Babado pensa que bico...

Lascaro o pau no fuxico

Desgraça apanhou também.

VII

Frescura apanhou de cem

Pra deixar de safadeza

Quebraram perna de mesa

Que num vale um vintém.

Gritaro: num vem que num tem!

Putaria e Maivadeza

Levaro uma pisa francesa

Pra deixar de heim, heim, heim.

VIII

Dixero: agora quem vem?

Lascaro pornografia

Jogaro o resto na pia

E perguntaro: Inda tém?

Aí fexô subelém

O cacete foi cumeno

Só prestava você veno

Que apanhava também.

Thiago Alves

A Arte de Thiago Alves
Enviado por A Arte de Thiago Alves em 08/05/2023
Reeditado em 08/05/2023
Código do texto: T7783275
Classificação de conteúdo: seguro