SERMÃO DA MONTANHA - Mateus 5:1-48, Cordel de Thiago Alves
Jesus, vendo a multidão,
Caminhou, subiu a um monte,
E ali se assentou
E seus discípulos defronte
Se aproximaram dele
E ensinou nesse horizonte.
Bem-aventurados os pobres
De espírito, porque são
Deles o reino dos céus;
E Bem-aventurados são
Os que choram, porque estes
Consolados os tais serão.
Bem-aventurados os mansos,
Porque herdarão a terra;
Bem-aventurados os que
Têm fome e sede em serra
De justiça, porque eles
Serão fartos assim encerra.
Bem-aventurados são
Os misericordiosos,
Pois eles alcançarão
Bondade dos caridosos;
E os limpos de coração,
Verão ao Deus poderoso.
Bem-aventurados são
Os tais pacificadores,
Pois eles serão chamados
Filhos de Deus, com valores
Bem-aventurados os sem
Justiça, têm céus sem dores.
Bem-aventurados sois
Quando vos injuriarem
E perseguirem e, mentindo
Todo o mal assim disserem
Contra vós por minha causa
Essas coisas acontecerem.
Exultai e alegrai-vos,
Pois é grande o galardão
Que receberás nos céus
Pois houve perseguição
Aos profetas antes de vós
Nessa mesma propensão.
Vós sois mesmo o sal da terra;
E com que há de se salgar
Se o sal se tornar insípido?
Para nada mais vai prestar
Senão pra se lançar fora,
Para o homem assim pisar.
Vós sois mesmo a luz do mundo;
Que deve resplandecer
A cidade edificada
Não se pode esconder
Estando ela sobre um monte;
Essa, todos podem ver.
Nem se acende uma candeia
Pra sob um alqueire botar
Mas sim sobre um velador
Para a luz a todos dar
E aos que estão na casa
Poderem se iluminar.
Assim também resplandeça
Ante aos homens a vossa luz
Para que os mesmos vejam
Boas obras que produz
E glorifiquem ao Pai,
Que está nos céus de luz.
Nem a lei nem os profetas
Não vim para destruir
Nem para abrrogar
Mas eu vim para cumprir
Como a lei está escrita
Assim deve prosseguir.
Pois em verdade vos digo
Que até podem passar
Mesmo o céu e a terra
Mas a lei não passará
Nem um jota nem um til
Mas tudo se cumprirá.
À um destes mandamentos
Qualquer, pois, que violar
Por menor que esse seja ele
E aos homens ensinar
Será chamado o menor
No reino dos céus que há
Será grande lá nos céus
Aquele que a lei cumprir
E se vós não exceder
Na vossa justiça aqui
Aos escribas e fariseus
Não irão aos céus subir.
Ouvistes o dito aos antigos
Na lei dada aos vossos pais
Pra não se encolerizar
Também vós não matarás
Mas se alguém vier matar
Réu de juízo serás.
Vos digo que um qualquer
Que se encolerizar
Contra mesmo ao seu irmão,
Sem motivo esse será
Chamado réu em juízo
Este réu assim será.
Se a seu irmão disser: Raca
Qualquer um que assim falar
Será o réu do sinédrio
Se acaso pronunciar
E se lhe disser: É louco,
Réu do inferno será.
Se trouxeres a tua oferta
Adiante do altar
E aí então te lembrares
De que contra a ti há
Teu irmão alguma coisa
Vai antes conciliar.
Concilia-te depressa
Com teu inimigo então
Quando ainda no caminho
Sobre esta situação
Senão te leva ao juiz
E te encerram na prisão.
Em verdade eu vos digo
Que dessa situação vil
Que de maneira nenhuma
Sairás desse covil
Enquanto tu não pagares
Até o último ceitil.
Ouvistes o dito aos antigos
Para não adulterar
Eu aqui, porém, vos digo,
Quem uma mulher cobiçar
Com ela em seu coração
Já veio a adulterar.
Pois se teu olho direito
Vier te escandalizar
Arranca-o e joga para longe
Pois a ti melhor será
Que perca um dos teus membros
Que no inferno te lançar.
E, se a tua mão direita
Vier te escandalizar,
Corta-a e atira pra longe
Pois pra ti melhor será
Perder um membro do que
Teu corpo pro inferno vá.
Também assim vos foi dito:
Qualquer que vier deixar
A sua própria mulher
Deve se divorciar
Dê-lhe a carte de divórcio
Pra ela livre ficar.
Eu, porém, vos digo que
Qualquer que repudiar
Sua mulher, a não ser
Por ela assim fornicar
Faz este que ela venha
Também a adulterar.
O que casar com a mulher
A que foi repudiada
Cometerá adultério
Nessa mesma forma dada
Vindo assim a se igualar
A que foi adulterada.
Também assim vós ouvistes
Que vós não perjurarás
Assim foi dito aos antigos
Eu digo que cumprirás
Teus juramentos ao Senhor
Assim mesmo deverás.
Eu assim, porém vos digo
Que vós não deveis jurar
De nenhuma das mineiras
Nem pelo céu pois estar
Bem ali o grande trono
Do Deus de poder sem par.
Nem pela terra jureis
Dos seus pés é o escabelo
Nem por Jerusalém também
Pois esta é um modelo
Cidade do grande Rei
Por quem Deus tem grande zelo.
Nem pela tua cabeça
Jureis por assim pensar
Um cabelo branco ou preto
Esse não podeis tornar
Então volto a vos dizer
Por nada deveis jurar.
Que seja assim porém
Todo o que venha falar
Se for sim, que seja sim
Se for não, pra não mudar
Porque o que disso passa
Vem do mal se originar.
Ouvistes o que foi dito
Olho por olho é pra ser
Bem como dente por dente
A lei assim vem dizer
Vos digo de outra forma
Que vós deveis proceder.
Como, porém, eu vos digo
Não resista ao mau por ser
Mas assim deves agir
A qualquer que te bater
Na tua face direita
Faça a outra oferecer.
Ao que tirar tua túnica
Vir contigo a pleitear
Lhe dê também tua capa
Se qualquer te obrigar
A caminhar uma milha,
Vai duas com ele andar.
Dê sempre ao que te pedir
Não o deixes assim negado
E não te desvies daquele
O que te pede emprestado
E não te faças cobrar
O empréstimo que foi dado.
Ouvistes o dito aos antigos
Ao teu próximo amarás
Já aos vossos inimigos
A estes odiarás
Eu, porém, vos digo que
Aos vossos inimigos amai.
Bendizei quem vos maldiz
Quem vos odeia façais
O bem e orai por eles
Quem vos persegue inda mais
Pra que assim sejais filhos
Do que está nos céus o Pai.
Porque Ele faz que o sol
Sobre os maus se levante
Como também sobre os bons
Dá chuva fertilizante
Sobre justos e injustos
Seguindo esse itinerante.
Se amardes os que vos amam,
Que galardão que tereis?
Querem galardão dos homens
Como os doutores da lei?
Tal não fazem os publicanos
Também nesta mesma grei?
Se saudardes unicamente
Seus irmãos no povaréu
O que fazeis vós de mais?
Tal publicanos ao laréu
Sede vós pois tão perfeitos,
Como é vosso Pai dos céus.
Thiago Alves