O NAMORO NA JUVENTUDE

No ano quarenta e nove

Com vinte anos de idade

Namorei com três irmãs

Todas na mesma cidade

Sendo duas mais idosas

Uma de menor idade

Seus pais eram orgulhosos

E eu pobre como Jó

Comecei com a mais velha

Namoro de um mês só

Namoro da juventude

É como vento em pó

Por mais que passe tempo

A gente nunca esquece

A imagem de cada uma

Em sonhos sempre aparece

São simples como miragem

Ligeiramente fenece

O namoro com a segunda

Bem pouco tempo durou

Foi como fogo na chuva

Ligeiro se apagou

Mas foram lindos momentos

Que o vento veio e levou

Com a terceira, três meses

Somente fiquei com ela

E assim das três irmãs

Ela era a mais bela

Foi pra mim mais amorosa

A mais simples e singela

Nossos encontros eram sempre

Em momentos ocasionais

E sempre aconteciam

Na ausência de seus pais

Na casa de uma vizinha

Ou nos fundos dos quintais

A primeira era a Vanda

Das três a mais feiosa

A segunda era Lúcia

Bonita mas vaidosa

A terceira era Iracema

A mais bela e amorosa

O tempo passou ligeiro

O que era doce acabou

Era uma chuva que vinha

O vento veio e levou

Foram árvores que floresceram

Mas nem um fruto vingou

Hoje eu vejo as três

Murchinhas como uma uva

Como ventania forte

Que passou levou a chuva

Agora de cabelos brancos

As três estão viúva

Agora estamos idosos

Gozamos de boa saúde

Nos encontramos sempre

Mudamos de atitude

Mas nunca esquecemos

O namoro na juventude

Eu namorei as três

Não houve nenhum problema

Era Lúcia, Iracema e Vanda

Lúcia, Vanda e Iracema

Iracema, Lúcia e Vanda

São temas deste poema.

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 12/12/2007
Reeditado em 13/12/2007
Código do texto: T775482
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