ABSTRATO ELO DA POESIA DE CORDEL
Com a vida em minhas mãos
Fiz um canto de louvor
Busquei nas entranhas a dor
Para suavizar minha cantata
Em prece que se reza
Num murmúrio sendo melodia.
Quem sa da dor de te ter
Eu pude sentir a luz
Nos brilhos dos raios da alma
Através da vida iluminada
Pela fresta da janela
Fazendo raio o luzir.
Minha ação de me ter
Era apenas um esconderijo
Donde estão as fadas
Escondidas num abrigo
Louvando a virgem mãe
Que no está no santuário.
A minha louvada prece
É confusa em terço
Rezado em fervor
Pela contas do rosário
Que místicamente sinto
O porquê da rima em contas.
Sou o errante erro que grita
Na agonia do coração triste
Depauperado pela fé ilusória
De quem a sabedoria bucólica
De permanecer solitário
No ermo das cantigas alegre.
Se essa terra geme
Pela falta de água
Eu não posso dizer nada
Apenas olho o rio
Que molha o rosado
Em meio a chuva.
Se o carcará boa
Pelo céu sem luar
Digo ao sol: vai-te!
As nuvens me mostra a lua
Numa tênue e brilhosa canção
Que como fato se põe iluminada.
A minha vida é frágil
Não sinto o mar cantar
Através da sinfonia de partais
Que voam em silencioso coro
Preenchendo minha alma
Numa doce canção.
Sou e serei o elo perdido
Desse mar celeste e contridos
Em jardins vividos da vida
Numa fé de contos contemplativos
Pois o verbo dessa poesia
Em minha boca reza- se.
Sou dois perdidos
Nesta noite solitária
Sentindo medo da vida
Num beijo só
Partido em metáforas
Que perde-se no deserto.