Fraternidade e fome
Como dói a tal da fome
Ela tem nome e sobrenome
Conhecida no mundo inteiro
Tira do mundo a esperança
É triste ver uma criança
Vivendo esse pesadelo
Um ciclo que não se encerra
Grande responsável é a Guerra
Mas também tem outros cunho
Econômico e estrutural
A fome é uma arma letal
Que mata com testemunho
E para aumentar a estatística
Vem a sujeira da política
Passando de mão em mão
Enquanto muitos padesse
E o sofrimento só cresce
Sem ter direito a um pão
Ver um chefe de família
Olhar dentro da vasilha
Que compõe a sua mesa
Seca igual sua estima
Isso te faz olhar pra cima
E chorar de tanta tristeza
Um filho num canto da sala
Lambe um papel de bala
Para ver se a fome passa
Sem sonhos e desnutrido
O pai com um olhar sofrido
Sua vida não tem mais graça
Deita e o sono não vem
E não aparece ninguém
Que uma refeição reparta
Quando cochila, então sonha
Com leite, cuscuz e pamonha
Uma mesa bonita e farta
O pano da desigualdade
Cobre a mesa pela metade
A outra metade é vergonha
De quem nunca pediu esmola
Sem ter nada na sacola
Que faça sua filha risonha
Deus é seu único porto
Ele que te dá o conforto
Na tentativa de vencer
E nas noites tribuladas
Uma frase a alma e dada
"Daí -lhes vós mesmo de comer!"
Não é só fome de pão
Que pertuba um cidadão
Que vive no mundo sozinho
Falta de amor causa fome
Com um abraço ela some
É importante dá o carinho
Alimente seu irmão
Com qualquer tipo de pão
Pratique o bem da partilha
Seja um anjo do sustento
E que nunca falte alimento
Na mesa de uma família