Fraternidade e fome

Como dói a tal da fome

Ela tem nome e sobrenome

Conhecida no mundo inteiro

Tira do mundo a esperança

É triste ver uma criança

Vivendo esse pesadelo

Um ciclo que não se encerra

Grande responsável é a Guerra

Mas também tem outros cunho

Econômico e estrutural

A fome é uma arma letal

Que mata com testemunho

E para aumentar a estatística

Vem a sujeira da política

Passando de mão em mão

Enquanto muitos padesse

E o sofrimento só cresce

Sem ter direito a um pão

Ver um chefe de família

Olhar dentro da vasilha

Que compõe a sua mesa

Seca igual sua estima

Isso te faz olhar pra cima

E chorar de tanta tristeza

Um filho num canto da sala

Lambe um papel de bala

Para ver se a fome passa

Sem sonhos e desnutrido

O pai com um olhar sofrido

Sua vida não tem mais graça

Deita e o sono não vem

E não aparece ninguém

Que uma refeição reparta

Quando cochila, então sonha

Com leite, cuscuz e pamonha

Uma mesa bonita e farta

O pano da desigualdade

Cobre a mesa pela metade

A outra metade é vergonha

De quem nunca pediu esmola

Sem ter nada na sacola

Que faça sua filha risonha

Deus é seu único porto

Ele que te dá o conforto

Na tentativa de vencer

E nas noites tribuladas

Uma frase a alma e dada

"Daí -lhes vós mesmo de comer!"

Não é só fome de pão

Que pertuba um cidadão

Que vive no mundo sozinho

Falta de amor causa fome

Com um abraço ela some

É importante dá o carinho

Alimente seu irmão

Com qualquer tipo de pão

Pratique o bem da partilha

Seja um anjo do sustento

E que nunca falte alimento

Na mesa de uma família

Ivan Sousa
Enviado por Ivan Sousa em 05/03/2023
Reeditado em 06/03/2023
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