O CAFANHOTO

Não me levem a mal

Hoje não é carnaval

Se fosse eu diria

Para toda alegria

Dos foliões d’avenida.

Eu sou normal

Ambíguo sempre fui

Fazer o quê?

Loucos são todos

Aqueles que me dizem!

Falo brasileiro

mistureba danada

Palavras em tupi-guarani

Ioruba, creoulo, árabe

E até quem sabem...

Portinhol e inglesismo

No começo era o romanço

Talvez eu não esteja errado

Mas eu sei que foi

Assim, por dizer, não teria graça

De falar nordestino

Com sotaque galego-português.

Sou poeta, e daí?

Escrevo por amor

E sei que não vou ser

Um grande milionário

Porque não tenho nada

Como dinheiro na caixa.

Gosto das trovas

sobretudo porquê

Provém do provençal

Falado no sul da França

Lugar bem paradisíaco

Que às vezes me inspira.

Hoje sou vida “louca”

Dentro dos meus intrisos

Que são intrusos momentos

De expressar o amor

Na sombra dos sonetos

Que no rondel tem meu louvor.

Posso declarar meu amor

Através das aldravias

Que surge nostalgicamente

Contemporâneo da poesia

Numa glosa que escrevo

Quando termina o dia.

Sou o poeta insano

Um pintor abstrato

Sempre digo tudo

Por fim... não digo nada

Apenas expresso minh’alma

E mostro-me grato.

Por esses gestos

Nobres eu sou

E me elevo por um todo

Que vivo cá sozinho

Na brisa mansa

Que abraça-me como serenata.

Nos meus haikais expresso

Minha vida natureba

Que não aprendi sozinho

Porque ninguém sabe algo

Sem ter uma ajudinha

Como Mitizui oi que aprendi.

Gosto das escolas literárias

Como conjunto de obras

Um modo explicito de ser

Quando pego a caneta

Pondo-me a escrever

A beleza brasileira.

Tudo está sempre ligado

Porque é o que é

Escolas literárias

Dentro de vários períodos

Visto como estética

O que se lê nos conteúdos.

O assombro chega ao fim

Coberto por purpurina

Na púrpura com de mim,

Assim, sou eu a escrita

Com versos, rimas e prosas

Que além de mim.

Contemplarei sempre

Os heróis e as ninas

Dos meus folhetins

Que nas esculturas vivas

Englobo minha vida

Popular e realista.

Termino esse cordel

Querendo mais

Como estou com sono

Não assimilo mais

Minha estranha loucura

De sempre querer mais...

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 03/03/2023
Código do texto: T7731922
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