Meu cachorro, Magni.
Peço atenção de vocês
Por aqui me apresentar
O meu nome é Magni
Sou do solo potiguar
Um cachorro nordestino
Minha história vou contar
Vinte e nove de janeiro
De dois mil e dezenove
Eu nascia em Pedra Preta
Essa data tem quem prove
No estado potiguar
Fruto de tão lindo love
Da minha mãezinha Gaia
Uma Rottweiler pura
Com o meu papaizinho Thor
Outra bela criatura
Que são Deuses mitológicos
De diferente cultura
Eu nasci numa ninhada
Com mais onze cachorrinhos
Seis moças e seis rapazes
Me lembro dos grunidinhos
A gente buscando peito
E dormindo agarradinhos
Meu último irmão morreu
Logo depois que nasceu
Bile Bile com três dias
Também não sobreviveu
Ficamos somente dez
Foi assim que aconteceu
Quatro macho com seis fêmea
Mamando por toda hora
Cronos, Jorge, Zeus e Eu
Juntos até irem embora
Duas lunas e duas mel
Uma Maggi mais pandora
Eu fiquei muito triste
Por ter ficado sozinho
Ainda bem que mamãe
Me deu bastante carinho
E os humanos da casa
Me tinham por queridinho
Parte do meu crescimento
Se deu em outro lugar
Foi em terras Paraibanas
Onde agente foi morar
Junto com meus humanos
Por questão do trabalhar
Mas sempre estava voltando
Para o lugar que eu nasci
Recanto da poesia
Onde ali eu conheci
Meu amigo pacotinho
Com ele muito aprendi
Mesmo não sendo de raça
Foi um amigo verdadeiro
Mostrando que a diferença
Não cresce nesse terreiro
Mas teve que ir embora
Morar com um fazendeiro
Foi uma grande tristeza
Para meu peito canino
Passei dias esperando
Chorando feito menino
Que jamais entende as tramas
Imposta pelo destino
Meus donos se quer puderam
Convencer nosso vizinho
De ter feito tal negócio
Envolvendo pacotinho
Trocado numa galinha
Indo embora o amiguinho
Minha segunda tristeza
Foi quando Maggi morreu
Ainda uma filhotinha
Essa dor me corroeu
Depois Luna de Carol
De doença pereceu
Mesmo sem jamais as ver
Meu instinto me avisou
Pois moravam distantes
Porém algo me tocou
Por aquelas que outrora
Em nossa mamãe mamou
Depois foi Thor o meu pai
Ninguém se quer conheceu
Morava em outra cidade
Depois de um ano morreu
Somente o irmão Jorge
Com ele um pouco viveu
Tirando esses entraves
Não posso nem reclamar
Os meus humanos são bons
Eles provam me amar
Não cortaram minha calda
Nem deixam nada faltar
Compram a melhor ração
Tudo que quero comer
Até cuscuzinho com fígado
Chega chego a me lamber
Nunca nem me amarraram
Nem permite me prender
Levam eu com minha mãe
Sempre numa passeada
Assim bem de tardezinha
Quando vão na caminhada
Eu só não gosto é das fotos
Da gente lá pela estrada
Somente às vezes me enrolam
Quando remédio vão dar
Os comprimidos na carne
Escondido vão botar
E Como eu sou bem guloso
Como sem pestanejar
Mas o resto tudo é bom
Os banhos lá barreiro
Ou quando eu minha mamãe
Faz buraco no terreiro
Fazendo minha caminha
Bem no tronco do umbuzeiro
Tem também banho de balde
Quando dia tá bem quente
Eu vou sempre de boa
Mas mãe é mais resistente
Depois durmo meu soninho
Deitado lá no batente
A vó humana me ama
Só me chama de doidão
De Guininho, caboré
Choque choque, cabeção
De guine e destontado
Às vezes até negão
A coisa aqui só da zebra
Quando eu mato um gato
Camaleão, lagartixa
Galinha, pássaro ou pato
Todos reclamam comigo
Eu juro que não mais mato
Eu vivo bastante amado
Brincando a todo momento
Pulando pelos terreiros
Com muito contentamento
Junto dos meus pais humanos
Em um só divertimento
Tive duas namoradas
Kiara e também Rana
Todas elas potiguares
Nenhuma paraibana
Mas não fiz nenhum bebê
O dia não foi bacana
Elas bateram em mim
Fiquei bastante inseguro
Jamais eu vou revidar
Não sou um cão sem futuro
Eu prefiro esperar mais
Ficar um pouco maduro
Essa é toda minha vida
Numa descrição completa
Eu sou feliz por demais
E já sou quase um poeta
Aqui eu sou muito amado
Dar amor é minha meta
Se você se apaixonou
E já virou minha fã
Se quiser ser minha sogra
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Que te respondo amanhã