A LUZ DA RIBALTA NÃO PODE SER DO CHAPLIN
Não vou dizer nada não
Pra esse mundo de ilusão
Porque se eu digo alguma coisa
Todos vão me deixar na mão
Nu com a mão no bolso
Sonhando com a solidão.
Eu bem sei quem eu sou
Singular, plural ou doidão
Não importa a condição
Faço tudo com paixão
Porque sou dono da razão
Mesmo se eu não tiver condição.
Penso na vida onírica
No universo cor de rosa
Nos homens que vestem gravata
Nas mulheres de saia de sino
Eu grito: Pega ladra!
Quem sabe não foi um aviso...
Longe de eu falar o que penso
Pois sou muito surreal
Para tal realidade
Porque eu vivo rindo da desgraça
Fazendo graça como palhaço
Para depois saber qual a graça.
Se eu sou aloprado ou doidivana
Posso abrir minha boca
Dizer quem é quem
Nesse mundo ilusório
Com mascaras à venda
Para o espetáculo começar.
Sou lúdico e telúrico
Ingênuo eu posso ate ser
Também com os remédios que tomo
O que é que eu posso dizer
Penso, reflito e me calo
Pois sigo o caminho óctuplo.
Sou cristão, de Allá,
De Jeová e Maomé
Espírita convicto
Umbandista desde sempre
Jesus na minha frente
E Buda na minha mente.
Sou singular já disse
Plural por convicção
Apaixonante por razão
Por isso tenho a vida
Como um voar de pássaros
Onde eu sei o que é alado.
Fui, sou, sendo eu
Escrevo compulsivamente
Não me importo com besteira
Se me acham confuso
Eu digo maluco beleza
No mais tudo é besteira.
Se eu abro a boca falo...
Pra esse povo cruel
Que no fundo não diz nada
Mais gostam de fazer sueira
Para esse mundo encantado
De palhaços no mais tudo é besteira.
Se o cordel ta duvidoso
Ou confuso delirante
Suponho a subjetividade
que interprete o que escrevi
Pois o homem que conta historia
Não mente no sexteto.
Eu não quero me prolongar
Porque me enfado rápido
Como se fosse um fado
Então, eu dou é risada
E não escrevo mais nada
Nenhuma linha que passa.
Ah, se eu falasse o que sei
Agora digo o que não sei
Porque eu sou feliz
Mesmo com minhas tessituras
Por entre as pernas gozando
Sal as idiossincrasias da vida!
Fandango é meu nome
Que venho de muito longe
Se eu nasce de uma virgem
Fui parido num dia
Onde o tango tocava
Junto com o bolero de Ravel.
Eu não era muito interessado nos cordéis e confesso quando conheci a minha terapeuta ocupacional de nome Ana, resolvi aprender... Escrever.