O CORDEL
O CORDEL
Eu nasci numa cidade
Que de rica não tem nada
Se eu permanecer nela
Certamente sepultar-me-ei
Porque ela só fala em forró
Induzidos pelos fora da lei.
A cidade é ate grande
Para o interior nordestino
Só que seu povo apalermado
Se deixou envolver
Pelo atraso que nela chegou
No ano de 1982.
Nos anos idos foi rica
Teve banco industrial
Companhia telefônica
Telingra e algo mais
TV Borborema ainda existe
Sem imagens do passado.
Forró sempre houve
Só não era trinta dias
Era uma festa popular
Que encanta até hoje
Só que hoje está banalizada
Por causa do atraso.
Os vultos de Campina
São realmente grandes
Precisam sair da cidade
Para serem reconhecidos
No Brasil e no mundo
Dizendo: Campina Grande!
O festival de inverno
Era sensacional
Depois de algum tempo
A verba diminuiu
E o sonho se desfez
Em nome de Deus.
Campina era imponente
Tinha um polo industrial
Que trazia muita gente
Hoje em dia dizem: “ sulanca “
Desse polo inexistente
Que gera renda falida.
O comercio que era genial
Foi morrendo com o tempo
Muitos foram para "Capitá"
Que cresce de vento e pomba
Amparando os campinenses
Que vivem de sombra e mar.
De certo a cidade
É um polo universitário
Que depois de curso feito
Bye bye dão para a cidade
Como forma de agradecimento
Pois se não há expectativa, o que será?
Assim é a rainha
A Queen da Borborema
Ninguém fica mais nela
Nem os políticos de cá
Que vivem da orla
Sem projetos para mostrar.
Passado de gloria
presente incerto
futuro sem expectativa
e forró na vitrola
para o povo dizer
que a cidade é famosa.
Vou terminando por aqui
Esse meu cordel arretado
Que falo a verdade
Porque sou de Campina
Com alma nova-iorquina
Sem desejar Campina!
FIM