SAUDADE IN - VERSO
Pinguei na bola do mundo
Um colírio de saudade
Logo vi a tempestade
Papocar em um segundo
Num sentimento fecundo
Chorei ao lembrar-me dela
Lagrima pingou por ela
Num orvalho de tristeza
Só de lembrar fica acesa
A dor pela minha donzela
Vi no clarear do dia
Açoitar meu pensamento
Vi o chão e o firmamento
Estremecer minha agonia
Dor de amor é letargia
Que adormece a emoção
Faz parar o coração
Faz tremer todo o sentido
Todo achado é perdido
Se não vier com emoção
A dor moi tritura o peito
Feito um moinho de cana
O bagaço logo espana
Quebra touceira de eito
Se busca e não acha jeito
De amenizar uma saudade
Pois a dor quando invade
Retorce tirando o mel
E o que sobra é o fel
Espremendo com maldade
Um estalo corta de cima
Um trovão assustador
Chega ser ensurdecedor
Perco o rumo e troco a rima
Não existe nem estima
De sentir dó do sujeito
Que chora sem achar jeito
Ferindo a dor que invade
Quem não sente uma saudade
Não tem coração no peito
Já chorei por Josefina
Por Antonia e Madalena
Pranteei minha Iracema
Quase morro por Carolina
Amarguei por Miguelina
Senti falta de Luzia
Sofri tanto por Maria
Mas pior foi por Andreza
Dor maior só por Tereza
Por ela já morri um dia
Amor maltrata e atropela
O sonho de um sonhador
O homem perde o valor
De tanto se dar por ela
Logo cai na esparrela
Perde rumo e direção
Chora igual bebê chorão
Lamentando a trsite sorte
Que nem a tontice da morte
Trará consolo ao cidadão
Quem chora por uma saudade
Tem um riacho no peito
Rio que transborda no leito
Estouro de lágrima que invade
Arrastando de verdade
Sonho riso e fantasia
O sofrer em noite e dia
Acusa condena e mata
Saudade sempre maltrata
Quem muito amou algum dia
É dor que corta por certo
Demonstrando sofrimento
O riso vira tormento
O caminho é só deserto
Nada de bom está por perto
Quando a saudade devora
Perde rumo chora e implora
Sentindo a triste sorte
Desejando que a morte
Venha buscar sem demora
Estica as veias pulsante
Jorrando sangue a granel
Um tremendo escarcéu
Com toda força jorrante
E o pobre ignorante
Ao chão se lança implorando
Aos poucos vai´definhando
A falta da sua amada
Não interessa mais nada
Pois sente seu fim chegando
Quem ja sofreu por amor
Não leia esse cordel
Se não vai pro beleléu
Amargando a propria dor
E seja lá como for
Ja esteja preparado
E muito bem equipado
De lenço para secar
A lagrima que irá brotar
Do peito do pobre coitado