Poema Demográfico: vida e morte de José.
Lá no século passado
Que Florinda embuchudou
O bruquelo bem mufino
Logo logo embisacou
Florinda teve mais sete
Mas somente um vingou
Depois que ela aprendeu
O menino vacinar
E sua situação
Começou a melhorar
Tendo muito mais comida
Para ele alimentar
José já cresceu lutando
Com a morte todo dia
De Sarampo a catapora
Papera, disenteria
Mas devido as vacinas
A elas sobrevivia
Aos sete anos de idade
Em São Paulo foi morar
Abandonando o sertão
Do seu solo potiguar
Em busca de melhoria
Começou a estudar
Aos quinze anos de idade
Já estava amancebado
Em menos de quatro anos
Dois filhos tinha chegado
A mulher bem satisfeita
Nesses dois tinha parado
José trabalhava muito
Boa vida conquistou
Abriu uma padaria
Na tarefa se empenhou
Vivendo com mais fartura
Da saúde desligou
Fumava e também bebia
E se tornou sedentário
Teve uma depressão
Começando seu calvário
Teve um câncer de pulmão
Mas morreu do coração
Bem no seu aniversário
Tinha apenas trinta e nove
Quando José defuntou
Para essas doenças novas
As vacinas não salvou
Devido bastante estrago
Entre bebedeira e trago
A morte dele lembrou