Um cordel devocional

UM CORDEL DE DEVOÇÃO

UMA SAGA NORDESTINA

UM PUNHADO DE PALAVRA

QUE AO MUNDO AINDA ENSINA

A TÃO CRUEL REALIDADE

O PRANTEAR DE UMA MALDADE

CORTANDO EM CHORO UMA SINA

Das veis que o tempo corria

Nas beras do meu sertão

Trazendo fome e mizera

Nos restava a oração

Mas nois superamos isso

Com a fé em Padim Ciço

E o capuchinho Frei Damião

Fome seca e jagunçada

Farta d'agua e provação

Tudo isso nois passemo

Nas beradas desse chão

E pra nois o que sobrava

Era a fé que nos restava

Em padim Ciço Romão

Era vida Severina

Que assolava o sertão

Dessas que matava o home

E as mulé com perversão

Restava o coro da Reza

E a fé que nos embeleza

Em padim ciço Romão

De fome não morro mais

Gritou o cabra do sertão

A terra nos deu por pena

Uma grande devoção

Cada pingo era um pote

Por isso eu digo que bote

Fé em padim ciço Romão.

Das aridez desse terra

Que arde igual vulcão

Papocando até lajedo

Sem pena e sem compaixão

Relembro da ladainha

Das preces que vovó tinha

Ao padim Ciço Romão

Socê ja num bota crença

E num cridita cidadão

É pruque tu discunhece

O viver no meu torrão

Véve abastado e é por isso

Que ignora o Padim Ciço

E até o Frei Damião

Milagreros destas terras

Desbravadores desse sertão

Com fé na Santa cruz divina

Fizero sua devoção

Viva o povo sertanejo

Que guardam fé e lacrimejo

Lembrando de ciço Romão.

Por aqui eu ja termino

Se não teria fim não

Quando começo narrar

As coisas do meu sertão

Dos homi, minino e mulé

Que sempre tiveram fé

No padim Ciço Romão

Se um dia a curiosidade

Despertar sua atenção

Vem pra cá correndo e veja

A historia do sertão

Que guarda em sua memória

Um punhado da Historia

Do Padim ciço Romão

Carlos Silva - Poeta cantador - Cipó BA.

28 de setembro de 2022

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 28/09/2022
Reeditado em 28/09/2022
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