É Assim uma Alvorada Lá nas Brenhas do Sertão!!!
Assim uma Alvorada
Lá nas brenhas do Sertão!!!
Logo às quatro da matina
Dasse o quebrar da Barra
O canário faz a farra
Junto ao galo de campina
A serra
envolta em neblina
Traz aquela sensação
Que o céu encostou no chão
Nessa hora abençoada,
É assim uma uma Alvorada
Lá nas brenhas do Sertão.
O concriz solta seu pio
Na ramagem do Jucá
Convocando sabiá
Para um breve desafio
Lá pelas margens do rio
Já se escuta o azulão
E o saltitante cancão
Numa algazarra animada
É assim uma Alvorada
Lá nas brenhas do Sertão.
A raposa vai pra toca
Aonde vive escondida
Tendo a luta concluída
Volta o morcego para loca
O raio do sol se enforca
Nos vales da região
O brilho espelhando o chão
Sobre a campina orvalhada
É assim uma Alvorada
Lá nas brenhas do Sertão.
Uma novilha parida
Com carinho lambe a cria
Já se ouve a cantoria
De uma cigarra escondida
Do poleiro faz descida
O galo velho machão
Arrasta a asa no chão
Conquistando a galinhada
É assim um Alvorada
Lá nas brinas do Sertão.
O tatu finda o passeio
Vai correndo pra o buraco
O Guiné diz que tá fraco
Mesmo estando o papo cheio
O calango com receio
Do gato ou do gavião
Cava seu túnel no chão
Pra uma fuga inesperada
É assim uma Alvorada
Lá nas brenhas do Sertão.
O gado vai pra cocheira
Matar a fome e a sede
Lagartixa na parede
Sobe disposta e ligeira
O rouxinol na biqueira
Na maior animação
Declama sua canção
Que já está decorada
É assim um Alvorada
Lá nas brenhas do Sertão.
De naús pretos passa um bando
Sobrevoando o baixio
Um sagui da assovio
Um porco velho chiando
A Cauã anunciando
A chegada do verão
Avisando ao carão
Que fimdou a invernada
É assim um Alvorada
Lá nas brenas do Sertão.
Cedo acorda a Campesina
E numa cena comum
Preparando o desejijum
Começa sua rotina
O camponio cumpre a sina
Pega a enchada e o facão
Vai cuidar da plantação
Iniciando a jornada
É assim um Alvorada
Lá nas brenas do Sertão.
Carlos irres
06/09/2022