O batizado de Catarina
Na região de pombal
Tinha Rufino de Amador
Conhecia enxada e foice
Até conhecer Leonor
Um sujeito sem maliça
Logo na primeira missa
Com a moça já casou
O transporte da mudança
Compadre Geraldo que foi
Cinco ou oito malotinha
E dois saco de restoi
Um colchão e um arreio
E assim a moça veio
Em cima de um carro de boi
Ali começou a vida
De muita luta e sofrimento
Mas nenhum se arrendia
De aceitar o casamento
Morando de agregado
Na fazenda de Geraldo
Numa casa de enchimento
Rufino juntou dinheiro
Uns quatro conto de milha
Comprou uma enchada nova
E também um rádio a pilha
Começou fazendo plano
Logo no início do ano
Vou planejar uma filha
E assim foi dito e feito
No escuro da surdina
Rufino mais Leonor
Caprichou fez uma menina
De cabelos cacheados
Bonita e no agrado
Por nome de Catarina
A menina foi crescendo
Inteligente a danada
Devotos de Santa Rita
Uma Santa abençoada
E o sonho do Casal
Era entrar na Catedral
Pra menina ser Batizada
A escolha do Padrinho
Já foi logo esclarecido
Um homem de muito longe
Por eles foi escolhido
E não era nem parente
Jonh Kenedi o presidente
Lá dos Estados Unidos
E para fazer o convite?
Foi muita democracia
Nós grupos de whatsapp
Jonh Kenedi não respondia
A data se aproximava
Por ligação de chamada
O homem não respondia
Procuraram a embaxada
Para resolver o drama
Uma carta foi escrita
De uma forma bem bacana
Pra ver a possibilidade
Daquela celebridade
No Brasil passar uma semana
Em menos de Quatro dias
A resposta veio de avião
O presidente respondeu
Muito sincero com educação
Caro amigo e boa gente
Não poderei estar presente
Mas passo uma declaração
Quero realizar seu sonho
De batizar a menina
Que ela no caminho cresça
Seguindo sua doutrina
Compre aí sem penchichar
Uma novinha guzerá
Pra afilhada Catarina
E assim chegou o dia
Contado como regresso
Horas, minutos e segundos
Grande festa eu confesso
John acompanhou por Live
Ainda passou uma mensagem
E foi realizada com sucesso
Um dia em seu roçado
No cultivo do sinsal
Rufino levou seu Rádio
Para ter notícia mundial
Tremendo escutou calado
Seu compadre assassinado
Por um fuzileiro Naval
Largou tudo para trás
Até o rádio pilha
Correu pra casa ligeiro
Fadigado até a virilha
Chamou a mulher sem graça
Aconteceu uma uma desgraça
No meio de nossa família
Mataram comprade jonh
Uma pura covardia
E agora acabou de tudo
Inclusive minha alegria
Nem o vi pessoalmente
O que faço com os presentes
Que sonhava entregar um dia
Tinha um pano de toicinho
Um coité invernizado
Uma farinha bem torrada
E um requeijão gurdurado
Uma pinga com carquejo
Manteiga e ainda queijo
E um emborná bem bordado
Liga pra comadre Jackei
Dê os nossos sentimentos
É duro o que ela passa
É um difícil momento
Que tudo seja superado
Nós estamos do seu lado
Triste com o acontecimento
Com os filhos de John Kenedi
Rufino ja se entendia
Tinha marcado para agosto
De fazer uma pescaria
E no terreno de Jacó
Uma caçada de mocó
Os três já pretendia
Mas tudo foi água a baixo
Depois do acontecido
Os laços se desfizeram
Os planos foi esquecido
Virou um jardim de espinho
Catarina sem padrinho
E comadre Jackei sem marido
Rufino muito tristonho
Vivia na choradeira
Com a perda de seu compadre
Amigaço de primeira
Sobrou apenas um retrato
Uma foto três por quatro
Guardado em sua carteira
Fim...