Tédio
Eu estava entediado
Sem nada para fazer
Procurando alguma coisa
Para poder me entreter
Peguei caneta e papel
E comecei a escrever
De repente uma história
Começou a me surgir
Mas ao lê-la com cuidado
Comecei a me afligir
Muita rima no infinitivo,
Deu vontade de dormir.
Falei alguns palavrões
Pra ver se coisa mudava
Mas acho que não deu certo
Pois tudo só piorava
Até tentei outros verbos
Porém nada me ajudava
Pensei: ô meu Deus do céu,
E agora o que é que faço?
Pelo jeito a inspiração
Também já foi para o espaço
Dá uma ajudinha aí,
Tô parecendo um palhaço.
Chamei Manoel D’Almeida
— Uma ajuda aí, poeta!
Preciso de sua ajuda
Para cumprir essa meta.
Aqui a coisa tá feia,
A rima não se completa.
Leandro Gomes de Barros,
Dai-me a tua salvação!
Tu que és mestre da rima
Dá ajuda, meu irmão,
minha mente está falhando
estou perdendo a razão.
A caneta em minha mão
Estava desesperada
Perguntado: seu poeta,
Tu não vais escrever nada?
Se não for me solte logo
E deixe de palhaçada.