Meu Cavalo Alazão
Que saudade, do meu cavalo arisco
Seu nome carinhoso, era alazão
Amigo guardado, em meu coração
Não importava chuva ou chuvisco
Me levava escondido ao meu aprisco
Eu sentia na alma, a liberdade
Era uma jovem, na flor da idade
Voando, em seu cavalo ligeiro
No voo mais belo e altaneiro
E transbordando, de felicidade
Se esparziam, os meus sentimentos
Na vastidão de matos, no caminho
Admirando os galhos e passarinhos
Crinas e cabelos, soltos ao vento
Alados, iam os meus pensamentos
Qual voo da águia, em sua destreza
Era aquela, a minha maior riqueza
Eu não queria plateia, nem ibope
Apenas do meu cavalo, o galope
O vento e o cheiro, da natureza
Meu cavalo, minha companhia
Juntos, pelas veredas do sertão
Papai, era metido a valentão
Pra namorar, não me dava alforria,
Mas naquele sono, do meio dia
Saíamos de mansinho, escondidos
Eu e meu lindo, cavalo bandido
Pela estrada, em busca do meu amor
Que me abraçava, com todo fulgor
Aumentando, aquele amor proibido
Nós riscávamos, o espaço infinito
Meu alazão, tinha asas e não patas
Sobrevoava o chão de verdes, matas
Num galope, majestoso e tão bonito
Ecoava, nas montanhas o meu grito
Nas entranhas, daquele meu sertão
Explodia, em meu peito uma emoção
As vezes, em chuvas e trovoadas
Distante de casa, em meio a estrada
Sozinha e montada, em meu alazão
Encantada, em minha adolescência
Do mundo lá fora, nada entendia
Naquele santuário, me escondia
Sentia a ternura, da minha essência
Com ares, de leveza e inocência
Pelas trilhas, viajava a sonhar
Em conhecer, um longínquo, lugar
Sonhava: Quão seria diferente
Ver outros rostos e outras gentes
Em meu cavalo, eu sonhava chegar lá...
Obs: Imagem do Site Pinterest
Kainha Brito
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