As apracatas de couro

Sou matuto sou da roça

Sou caboco lavrador

Sou forte batalhador

Pra cumprir o meu destino

Sou do campo sou da terra

Minha lida não encerra

O lutar da minha guerra

É no meu chão nordestino

Minha apracata de couro

de tira de bode curtido,

é disso que sou provido

cá nesse belo rincão,

De foice machado e facão,

inchó, enxadeta e cavador

na terra eu sou professor

pelo meu pai ensinado,

será esse o meu legado

por ser um bom lavrador.

Eu acordo é muito bem cedo,

antes do galo acordar,

procuro me ocupar

pra não ficar ocioso,

O meu viver prazeroso

de lida e luta da sorte,

fugindo de perto da morte

pra ela não me alcançar,

no meu roçado a vida

é cheirosa e mais florida

Eu alegro a esperança

Por essa terra adquirida

Sou dono do meu negócio

Porque tenho um rico Sócio

Jesus que me dá guarida

Semente jogo na terra

No solo meu tão sagrado

Por Deus sou abençoado

Por herança tenho a labuta

Seguindo minha conduta

De um filho desse chão

Meu berço é o meu torrão

De linguagem tão matuta

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 20/04/2022
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