As apracatas de couro
Sou matuto sou da roça
Sou caboco lavrador
Sou forte batalhador
Pra cumprir o meu destino
Sou do campo sou da terra
Minha lida não encerra
O lutar da minha guerra
É no meu chão nordestino
Minha apracata de couro
de tira de bode curtido,
é disso que sou provido
cá nesse belo rincão,
De foice machado e facão,
inchó, enxadeta e cavador
na terra eu sou professor
pelo meu pai ensinado,
será esse o meu legado
por ser um bom lavrador.
Eu acordo é muito bem cedo,
antes do galo acordar,
procuro me ocupar
pra não ficar ocioso,
O meu viver prazeroso
de lida e luta da sorte,
fugindo de perto da morte
pra ela não me alcançar,
no meu roçado a vida
é cheirosa e mais florida
Eu alegro a esperança
Por essa terra adquirida
Sou dono do meu negócio
Porque tenho um rico Sócio
Jesus que me dá guarida
Semente jogo na terra
No solo meu tão sagrado
Por Deus sou abençoado
Por herança tenho a labuta
Seguindo minha conduta
De um filho desse chão
Meu berço é o meu torrão
De linguagem tão matuta