De que é feito um poeta?
Os meus pés calejados das andanças,
Deixam marcas de momentos bem vividos
Cada beco, cada esquina e cada estrada
Aprendizados muito bem evoluidos.
Eu namorei com a lua prateada
E recebi beijos da brisa macia
E debulhando os meus versos pelas noites
Fiz do viver meu mundo de fantasia
Do sol eu tive
sua majestosidade
Feito farol
que orienta o navio
E na procela desbravante fiz meu rumo
Nessa vivência
do meu bom viver vadio.
Todo poeta
no seu lunático viver
É o ser vivo mais alegre do planeta
Que bem viaja
com a mente em ebulição
Fazendo versos
em marquise e sarjeta.
A língua em brasa arde queima e fulmina
Destila em verso a verdade nua e crua
Nao queira nunca entender esse poeta
Filho da noite rico amante da rua.
A sua pena é espada de dois gumes
Uma que fere e a outra que destina
E faz sangrar pelo golpe desferido
E o lume cego
tão cortante é sua sina.
Embriagado num etilico licoroso
De um gole bebe sua gana de uma vez só
Sorvendo o ardor que lhe queima na garganta
Sua palavra
nao perdoa nem tem dó.
E assim declama rasga as vestes e se mostra
Fiel ao verbo que coroa o seu dizer
Se tu és leigo
e não compreende um poeta
Tenhas por certo,
Que nunca irás compreender.
Fim...
Carlos Silva